Dortmund – O Brasil fez ontem uma partida digna de registro. Não pela atuação, mas pelos recordes e marcas alcançadas diante de Gana. O placar de 3 a 0 – mesmo sem convencer – consagrou Ronaldo e Cafu, além de colocar Adriano na história.

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Jamais o país obteve tantos feitos em 90 minutos numa Copa. Quem abriu a série foi o Fenômeno. Logo no início da partida (5 minutos), ele recebeu a bola, aproveitou o posicionamento em linha da defesa africana, pedalou em cima do goleiro Kingson e a empurrou para o fundo das redes.

Na comemoração, o atacante viu o telão do estádio anunciar que ele passava a ser o maior artilheiro dos Mundiais. Foi o 15.° gol do atacante no torneio, superando a marca de 32 anos atrás do alemão Gerd Müller.

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O lateral-direito Cafu também ganhou papel importante nas estatísticas do futebol. Aos 36 anos, tornou-se em Dortmund o atleta com mais vitórias em todas as 17 edições da competição. O capitão chegou ao 16.° triunfo, superando os também germânicos Wolfgang Overath e Lothar Matthäus.

No currículo do camisa 2 ainda tem espaço para mais uma quebra. Ao entrar em campo contra as Estrelas Negras, ganhou o rótulo de brasileiro com mais partidas em Copas. Fez 19 jogos, deixando para trás Dunga e Taffarel.

Até mesmo Adriano, novamente figura das mais apagadas, teve algo a comemorar. Já nos acréscimos, Kaká lançou Cafu que cruzou para o centroavante (impedido) tocar com a coxa para marcar o segundo (46). O gol foi o de número 200 do país em Copas. Pelé, na final de 70, havia feito o 100.º.

A seleção – mesmo sendo dominado pelos ganenses (o adversário teve 52% da posse de bola e finalizou 18 vezes, sete a mais do que o Brasil) – também tem do que se orgulhar. Foi para 11 duelos consecutivos em Copas sem tropeço, marca inédita. Muito graças a Dida, responsável por algumas defesas difíceis – uma delas a cabeçada à queima-roupa, quando o confronto estava 1 a 0.

Zé Roberto, aproveitando a linha burra do oponente, fechou o placar (39). Após 24 passes seguidos em um minuto, o meia, escolhido o melhor em campo pela organização, recebeu de Ricardinho, ficou na cara do goleiro, passou por ele e fechou a goleada.

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Com toda essa munição aritmética deixada para trás, a seleção enfrentará sábado a França, que bateu a Espanha por 3 a 1. O duelo, válido pelas quartas-de-final, será em Frankfurt, às 16 horas (de Brasília).