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Sócios não lêem regulamento e acabem suspensos por práticas ilegais | Divulgação / Atlético Paranaense
Sócios não lêem regulamento e acabem suspensos por práticas ilegais| Foto: Divulgação / Atlético Paranaense

Um torcedor do Atlético Paranaense foi suspenso preventivamente por 30 dias nesta sexta-feira (14) pela Câmara de Ética e Disciplina (CED) do clube por infringir o regulamento do projeto Sócio Furacão. Acusado de ser uma espécie de "sócio-cambista", o torcedor – que não teve seu nome revelado, pois o processo corre em segredo administrativo – possui cinco cadeiras registradas em seu nome e ao invés de assistir aos jogos, ele as alugava para terceiros visando lucro na negociação.

A prática foi revelada há alguns meses pela Gazeta do Povo e, segundo fontes oficiais, mas não identificadas, a partir dali o clube desencadeou uma série de investigações para tentar coibir este tipo de comércio. O torcedor suspenso nesta sexta terá seu caso julgado pelo Conselho Deliberativo no prazo de 60 dias e a punição prevista é de suspensão de 15 dias a 12 meses sem poder usar os benefícios de ser sócio. "É uma prática que infelizmente tem se tornado comum", afirmou Rafael Fabrício de Melo, presidente da CED do Atlético, à Gazeta do Povo.

"Contudo", acrescentou, "como temos um sistema em que 100% dos torcedores que vão ao estádio são sócios (salvo exceções, como em jogos contra adversários com pouca torcida. Nestes casos os ingressos que sobraram são vendidos normalmente), fica fácil de identificar quem está fazendo este tipo de comércio, pois normalmente não há venda de bilhetes. Quem estiver vendendo, pode estar cometendo a infração". "Apesar do ‘cambismo’ ainda não ser crime no Brasil, nós temos regras. Infelizmente nem todos lêem o regulamento na hora em que se associam". O estatuto do clube exige a personalização de cada cadeira adquirida, mas permite que ela sejam repassadas, de boa fé, a familiares ou amigos.

Enquanto era investigado, segundo Melo, o torcedor suspenso se deu mal ao oferecer um smartcard a um funcionário do clube que passava próximo às bilheterias da Arena. "Foi assim que conseguimos pegá-lo em flagrante. Depois, ingenuamente, ele confessou e ainda se vangloriou de estar se dando bem e lucrando um dinheirinho".

Como funciona

O torcedor punido preventivamente negociava suas cadeiras em todos os jogos, o que lhe rendia uma arrecadação de R$ 30 a R$ 50 por smartcard. "Em jogos mais importantes o lucro era muito grande, afinal se paga R$ 50 por mês, mas se repassa as cadeiras por esse valor em todos os jogos. Ele e outras pessoas que fazem isso – que, aliás, nós já sabemos quem são e estamos tomando as medidas necessárias - não têm noção da proporção dessa infração", disse Melo.

No jogo contra o Corinthians, por exemplo, o torcedor suspenso teria alugado seus smartcards por até R$ 80. "Não temos prova de tudo ainda, mas acreditamos que ele fazia isso há aproximadamente oito meses. O objetivo dessa punição é mostrar aos outros que insistem em manter essa prática que estamos de olho e vamos punir todos eles".

Cinco ingressos a mais por jogo

As cinco cadeiras de propriedade do torcedor suspenso serão postas em disponibilidade dos demais torcedores para a venda de ingressos avulsos (a "propriedade" delas segue com o sócio punido). "Da mesma forma com que punimos os inadimplentes, faremos agora. Os ingressos para essas cadeiras serão vendidos até que ele cumpra sua pena", explicou Melo.

O regulamento do Sócio Furacão prevê a exclusão do quadro associativo os torcedores reincidentes nesta prática. "O Atlético tem uma fila de espera enorme de sócios querendo ajudar o clube e se associar. Não podemos permitir que este tipo de prática prejudique mais gente".

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