Luis Carlos Casagrande concede entrevista em frente a uma das piscinas do clube: apoio irrestrito dos “sócios-olímpicos”| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo

Bastidores

Sem acordo, data da eleição é mantida

Por causa do show da banda Pearl Jam, na Vila Capanema, no mesmo dia, a eleição no Paraná correu o risco de ser adiada. Porém, ontem, no fim da tarde, as alas decidiram manter a votação para amanhã. O pleito será das 10 às 20 horas, no salão panorâmico da sede social do Tricolor, na Kennedy.

Apesar da proximidade da eleição, o que se vê é um clima de aparente tranquilidade nos corredores do clube. Ontem, ninguém fazia campanha, abertamente, nas diversas sedes paranistas.

Alguns associados, porém, disseram ter recebido ligações de Luis Carlos Casagrande, o Casinha, para participar da eleição e votar no grupo de situação, liderado por Rubens Bohlen. Ele nega a informação. "Não liguei para ninguém pedindo voto. O que eu fiz foi mandar e-mail para muita gente, para alguns amigos, pedindo para irem votar. Posso ter feito uma ou outra ligação, mas não lembro de ficar ligando para todo mundo", garante.

O apelo maior, contudo, está na internet. No site oficial do clube, a assessoria de imprensa publicou duas reportagens nos últimos dias enaltecendo os trabalhos dos candidatos da situação. Já o site da torcida Paranautas, uma das principais correntes do Tricolor, declarou oficialmente apoio à oposição, liderada por Ivan Ravedutti.

Os opositores à atual diretoria contabilizam o apoio da organizada Fúria Independente, que ainda não se manifestou. (CB)

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Paraná busca sossego imediato

O Paraná enfrenta o ABC, hoje, às 20h30, em Natal, de olho em um duelo que acontece a 2,9 mil km da capital do Rio Grande do Norte. É que o resultado da partida entre Guarani e Icasa, em Cam­­pinas, tem relação direta com a campanha que o Tricolor precisa fazer para se livrar antecipadamente de qualquer possibilidade de cair de divisão.

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Após 37 anos atuando nos bastidores (primeiro no Pinheiros e de­­pois no Paraná), o homem-forte da parte social do clube finalmente decidiu sair de trás das cortinas. Dis­­putado pelas duas chapas candidatas à eleição para a presidência do Tricolor, marcada para amanhã, Luis Carlos Casagrande, o Casinha, há anos é visto como o fa­­tor de­­cisivo nos pleitos pa­­ranistas, por isso a disputa interna.

"Uns 40% dos votos são do Ca­­sinha. Ele tem um poder de per­­sua­­são enorme", garante o ex-presidente tricolor José Carlos de Mi­­ran­­da, que foi apoiado pelo funcionário nas duas eleições em que encabeçou chapa.

O poder de Casinha é facilmente comprovado. Basta um simples passeio ao lado do dirigente pela sede social do clube, na Avenida Presidente Ken­­nedy, para verificar a aceitação dos chamados sócios-olímpicos. Fruto da extensa rede de contatos que construiu durante as quase quatro décadas de trabalho no comando de diversas atividades no Paraná.

"Ele é uma pessoa muito estimada. Tem grande força junto aos associados", admite Aurival Cor­­reia, outro que contou com o "em­­purrão" de Ca­­sinha para se sentar na principal cadeira do Tri­­color.

Mesmo estudando cada palavra, Casinha admite que real­­men­­te tem condições de mudar os rumos políticos do clube. "Eu sou um bom cabo eleitoral, mas não sou melhor do que ninguém. Meu trabalho é que é bom de vo­­to", ressalta, emendando na se­­quência a longa invencibilidade que possui como "puxador de vo­­tos" "Eu apoiei sempre o que era melhor para o Paraná e nunca perdi", diz ele, que completou 65 anos em outubro e há 10 dias está oficialmente aposentado.

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É justamente nesse "fator Ca­­sinha" que a situação aposta para seguir mais dois anos dando as cartas no Paraná. Desta vez, po­­rém, Casinha não será apenas um cabo eleitoral. Deixará os bastidores para participar diretamente do pleito. Testará nas urnas a tão propalada influência como um dos vices de Rubens Bohlen. "Ele é um catalisador de votos, não tem como negar isso", crava Bohlen.

Por pouco, porém, o dirigente não parou nos braços da oposição. Foi cortejado até o último instante, mas optou por seguir no grupo do atual presidente Aquili­­no Ro­­­ma­­ni. "Eu recebi um convite do pro­­­­­­fessor Miranda [um dos principais articuladores da oposição] pa­­ra que, se eu quisesse encabeçar uma chapa como presidente, ele e o grupo dele me apoiari­­am, mas nun­­ca tive essa pretensão", afirma.

Ivan Ravedutti, candidato que irá bater chapa com Bohlen, contudo, tentou ontem minimizar o poder de Casinha. Procurado pela Gazeta do Povo, o oposicionista não quis comentar o poder do cabo eleitoral adversário. "Sabere­­mos se isso é verdade nas urnas", limitou-se a dizer, encerrando, por ora, a questão.