Em Puerto Ordaz
É apenas a semifinal, mas poderia ser a decisão. Argentina e México, as seleções que mostraram o melhor futebol durante a Copa América, disputam hoje, às 21h45, uma vaga para a final da competição. Invictas, as duas seleções tentam a classificação com motivações diferentes. Enquanto os argentinos têm o desafio de confirmar o favoritismo, os mexicanos querem acabar com a fama de falhar nos momentos decisivos. "Nós temos mais a ganhar do que eles, que têm mais a perder, afinal, são os favoritos", desconversou o técnico mexicano Hugo Sánchez. Com uma linha ofensiva formada por Riquelme, Messi e Tevez, os argentinos já marcaram 13 gols em quatro jogos. Assim mesmo os torcedores mexicanos estão entusiasmados, mas ainda têm um pé atrás. Afinal, por várias vezes o México teve a chance de derrubar um adversário tradicional e se consagrar numa competição importante e falhou em quase todas.
Depois de enfrentar dificuldades na primeira fase e não convencer, a seleção brasileira assegurou ontem, em Maracaibo (Venezuela), vaga na final da Copa América. A vitória sobre o Uruguai, um adversário tradicional e que costuma complicar, foi nos pênaltis, sofrida, por 5 a 4, depois de empate por 2 a 2 no tempo regulamentar.
Nos pênaltis, Robinho, Juan, Gilberto Silva, Diego e Gilberto marcaram para o Brasil Fernando e Afonso erraram. Scotti, González, Cristian Rodriguez e Abreu anotaram os gols uruguaios, enquanto Pablo García, Forlán e Lugano desperdiçaram.
A vitória de ontem foi uma repetição da edição da Copa América de 2004. Há três anos, na edição disputada no Peru, o time brasileiro estava em situação semelhante quando teve de enfrentar os bicampeões mundiais. A partida terminou empatada por 1 a 1 e a seleção então comandada por Parreira que, como Dunga, buscava uma renovação levou a melhor nos pênaltis: 5 a 3. O adversário do Brasil na decisão marcada para domingo sai do confronto entre México e Argentina, hoje à noite.
Satisfeito com a goleada por 6 a 1 sobre o Chile na fase anterior, Dunga manteve os titulares. E logo aos 13 minutos, chegou ao gol com Maicon aproveitando rebote, após chute forte de Mineiro. Pouco depois, o jogo precisou ser interrompido por falta de energia. Foram 12 minutos até o confronto ser retomado com o Brasil levando sufoco e precisando das defesas de Doni para se segurar. Aos 49, no entanto, o goleiro falhou ao cortar um cruzamento. A bola sobrou para Forlán, que empatou. Apesar da pressão, o Brasil conseguiu terminar o primeiro tempo em vantagem. Maicon levantou a bola da direita e Júlio Baptista apareceu livre para completar.
Na etapa final, o Brasil ficou na defensiva, deu espaço para o rival e foi castigado. Aos 24, após cruzamento da esquerda, Forlán cabeceou e Abreu se esticou para empurrar para o gol.
Nos pênaltis, o Brasil deu sorte. Depois que Fernando errou a sexta cobrança, García teve nos pés a chance de eliminar os pentacampeões mundiais. Chutou na trave. Gilberto então bateu com perfeição e Doni deu largos passo para a frente de maneira claramente irregular para segurar a batida de Lugano.
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Em MaracaiboUruguai 2 x 2 Brasil
UruguaiCarini; Lugano, Scotti e Darío Rodríguez (Abreu); Fucile, Pérez (Gargano), Pereira, García e Cristian Rodríguez; Forlán e Recoba (Ignacio González). Técnico: Oscar Washington Tabárez
BrasilDoni; Maicon, Alex, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Josué (Fernando), Mineiro e Júlio Baptista (Diego); Robinho e Vágner Love (Afonso). Técnico: Dunga
Estádio: José Romero. Árbitro: Oscar Ruiz (COL) Gols: Maicon (B), aos 13, Forlán (U), aos 49, e Júlio Baptista (B), aos 53 do primeiro tempo; Abreu (U), aos 24 do segundo tempo. Pênaltis: Scotti, Ignácio González, Cristian Rodríguez e Abreu marcaram; Forlán, García e Lugano perderam para o Uruguai. Robinho, Juan, Gilberto Silva, Diego e Gilberto marcaram; Afonso e Fernando perderam para o Brasil. Amarelos: Darío Rodríguez, Scotti, Pérez (U); Gilberto, Fernando, Gilberto Silva (B).