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Rodrigo Mancha ouviu do banco de reservas, na derrota por 2 a 1 para o Ituano (22/9), a convocação de Paulo Bonamigo. O técnico clamava por jogadores com mais coragem para tirar o Coritiba da incômoda seqüência sem vitórias na Série B. A falta de experiência e a timidez desconcertante impediram o prata da casa de pedir um lugar entre os titulares. O jeito foi apelar para a bola.

O volante fez dos treinos no CT da Graciosa o seu palanque para convencer o treinador de que poderia ser mais útil do que Márcio Egídio e Peruíbe, os dois colegas de categoria de base que vinham se revezando na proteção à defesa.

Convencido, Bonamigo não demonstra arrependimento. Além de pôr fim ao "leilão" da camisa 5, o técnico ganhou com Mancha uma alternativa a mais nas jogadas aéreas. "Não desistir nunca: esse é o meu lema", revela o meio-campista, há três anos no Alto da Glória.

Descoberto por um dos olheiros do clube quando defendia um time amador de Colombo, município da região metropolitana de Curitiba, Mancha se considera antes de tudo um coxa-branca, daqueles que sofrem para dormir à noite após cada resultado negativo.

"Sou um legítimo representante da torcida em campo. Sei que eles querem raça, determinação e muita vontade. E no que depender de mim, isso nunca irá faltar", discursa ele.

A postura ajudou o volante a passar sem traumas pelo episódio do Aeroporto Afonso Pena, quando jogadores e torcedores trocaram socos e pontapés, há quase duas semanas. "Graças a Deus isso já é passado. Mas eu sei que aquele grupo não representa o sentimento de toda a torcida do Coritiba", diz.

Mancha agüentou calado a má fase. E no momento em que pôde extravasar a trégua da equipe com a arquibancada, esbarrou na Lei do Silêncio imposta pela diretoria alviverde, que impediu os atletas de darem entrevistas após o revés ante o Ceará. Autor de dois gols na goleada por 6 a 2 sobre o Marília, ele não conseguiu compartilhar com os fãs o momento mais importante de sua carreira até agora.

"Olhe, eu estava doidinho para falar. Fiquei um pouco frustrado, mas fazer o quê?", resigna-se, sem saber quando terá outra oportunidade para "conversar" com a galera.

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