Stephan Bonnar leva uma joelhada no plexo e desmonta no octógono montado no Rio: 16ª vitória seguida de Anderson Silva| Foto: Marcelo Sayão/EFE

Depois de alguns minutos estirado no octógono, a mão direita em cima do plexo solar, na região do estômago, denunciava o estrago. Com dificuldade, Stephan Bonnar caminhou até a grade, se apoiou com ambos os braços, olhou para baixo e respirou fundo. O norte-americano, que jamais havia sido nocauteado, acabava de entrar para as estatísticas do melhor lutador de artes marciais mistas (MMA) do mundo.

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Anderson Silva precisou de 4min40s, uma joelhada milimetricamente precisa e meia dúzia de outros golpes para estremecer a HSBC Arena, no Rio, na madrugada de ontem. Incrédulos, os 16.884 mil espectadores viram mais uma atuação genial do mais dominante campeão do UFC.

"Não sou o melhor, mas sou capaz de fazer coisas que os outros acham impossíveis", disse Spider, na sua tradicional maneira que mistura deboche e seriedade. O cartel dele aponta para 33 vitórias e apenas 4 derrotas. No UFC, são 16 triunfos consecutivos.

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Contra Bonnar, o brasileiro "brincou". Deu todas as chances para o adversário atacar. Abaixou a guarda a centímetros de distância. Com um sutil passo para o lado, esquiva de tronco ou cabeça, desviava com desenvoltura. Somente 28% dos ataques do americano foram bem-sucedidos.

Nem mesmo o porte físico, já que é natural da categoria meio-pesada (até 93 kg), deu ao Psicopata Americano alguma vantagem. Sem pressão por não ter de defender o cinturão dos médios (até 84 kg), Spider, aos 37 anos, comandou o show, arrancou aplausos e elogios intermináveis.

"Anderson Silva simples­­mente faz coisas incríveis que ninguém faz", resumiu o presidente do UFC, Dana White. Para o chefe, o próximo passo seria a realização de uma superluta em um estádio de futebol. Spider aceitaria enfrentar o canadense Georges St.Pierre, campeão dos meio-médios (até 77 kg), mas quer evitar Jon Jones, o melhor entre os meio-pesados.

"Gosto da luta contra o GSP, gosto da luta contra o Jon Jones. Ele fala não, não, não, mas com a quantidade de dinheiro que seria oferecida, ele diria sim, sim, sim", garantiu White, com um sorriso no rosto.

Outros destaques

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Rodrigo Minotauro foi res­­ponsável pela mais comemorada vitória do UFC Rio. O baiano finalizou o americano Dave Herman no segundo round com uma chave de braço. Antes da luta, o oponente jurava que o jiu-jítsu não funcionava.

Rony Jason levou o prêmio de nocaute da noite ao bater Sam Sicilia, enquanto a melhor luta foi para Jon Fitch e Erick Silva.

Cristiano Marcello e Ser­­gi­­nho Moraes, que representam Curitiba, venceram. O primeiro, com uma controversa decisão dividida, e o segundo, com um mata-leão no último assalto.