"Estava apenas tentando induzi-lo a fazer o que eu precisava que ele fizesse. Não estava me vangloriando." Nocauteado a 1min18s do segundo assalto, em Las Vegas, o brasileiro Anderson Silva se defendeu mais fora do octógono, com palavras, do que dentro dele.
Durante a luta com Chris Weidman, dos EUA, o brasileiro de 38 anos abusou do jogo psicológico, provocou o adversário com gracinhas e pagou com a perda do cinturão, que defendia pela 11.ª vez.
Anderson repetiu no duelo as táticas usadas pelo ex-campeão dos pesados de boxe, Muhammad Ali, como abaixar os braços e chamar o adversário. Completou o kit da derrota com a guarda totalmente baixa, esquivas lentas e um ar de desleixo.
Porém, ao fingir que havia "sentido" um golpe, acabou recebendo um certeiro gancho de esquerda e foi à lona. Weidman conectou com mais alguns golpes, e o árbitro Herb Dean interrompeu o combate.
"Ele [Anderson] não queria aparecer. Estava tentando trabalhar meu lado psicológico. Mas eu ignorei e apenas me mantive pressionando", analisou Weidman, validando o estilo fanfarrão do agora ex-campeão. "Senti que era destinado a fazer isso", disse o norte-americano, que visualizava derrotar Anderson todos os dias: pregada em sua geladeira, estava a foto de seu alvo e um bilhete com os dizeres de que iria se tornar o mais novo campeão do UFC.
Superado pelo rival, especialista em wrestling, seu ponto fraco, o atleta criado em Curitiba rejeitou ter exagerado nas brincadeiras e repetiu à exaustão o mantra de que "o adversário foi melhor e mereceu a vitória".
Até chegar ao UFC 162, Anderson Silva vinha de 16 vitórias seguidas no UFC. Sua última derrota havia sido em 2006, para o japonês Yushin Okami, quando foi desclassificado por um chute ilegal. Em 2011, no Rio, Anderson teve uma revanche e nocauteou Okami no segundo round.
O mesmo cenário pode se repetir em breve. "Ninguém é invencível. Respeito-o muito e lhe dou a revanche", ofereceu Weidman. Só que depois do papelão feito em Las Vegas o Spider, em princípio, abriu mão de um novo duelo. "Tenho mais dez lutas [no contrato], mas não quero mais disputar o cinturão. Meu legado acabou nesta noite. Chris é o novo campeão e tem de ser respeitado", respondeu, agora humilde, o brasileiro.
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