Passaram-se 13 anos desde a primeira prancha até o primeiro título internacional. Ainda assim, o surfista paranaense Caetano Vargas diz acreditar que o resultado veio antes de o esperado e surpreende-se com a atenção repentina que vem recebendo da imprensa. Aos 23 anos, o atleta nascido em Rolândia (norte do Paraná) ainda comemora o primeiro lugar da etapa de Maresias (SP) do SuperSurf, válido pelo WQS (World Qualifying Series), a "divisão de acesso" da principal categoria do esporte, o ASP World Tour.
Diante da surpresa, Caetano não sabe quando vai chegar à elite do surf mundial. Antes tem de competir entre os melhores surfistas brasileiros. Em 2011, disputa a seletiva Petrobras, que classifica os 12 melhores colocados para a primeira divisão do surf nacional.
Não é querer demais, para quem, com a primeira vitória no WQS, subiu para a 30ª colocação do ranking sul-americano da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais). Mas, mesmo liderando o SuperSurf, Caetano nem sequer se imagina com o título da competição. "Ainda é cedo, tem muita coisa para acontecer", diz o pé-vermelho, apelido dado a quem é oriundo da região norte do estado, por enquanto satisfeito em ganhar como premiação "mais que um presentinho", como ele mesmo fala. Na etapa de Maresias, embolsou US$ 12 mil.
"É tudo muito novo, de um ano para cá que comecei a me dedicar para despontar internacionalmente. Aconteceu rápido. Vinha surfando bem, mas não esperava ganhar", diz o paranaense sobre a conquista do dia 4 de julho. Não para menos: a decisão do título foi com o paulista Magno Pacheco, 21 anos. Ambos estreantes no Circuito Mundial. Para chegarem à bateria final, desbancaram favoritos como Renato Galvão, bicampeão brasileiro.
Embora ainda possa ser considerado uma revelação do esporte, Caetano Vargas está acostumado ao lugar mais alto do pódio. Desde os 12 anos de idade compete e vence as categorias de base do surf paranaense, mesmo morando há anos em outro estado.
As primeiras ondas foram pegas por volta dos 10 anos, quando a família trocou Rolândia por Itapoá (SC), onde abriu uma pizzaria. Sem piscinas na cidade para o garoto continuar na natação, a mãe lhe deu uma prancha de bodyboarding para brincar na praias.
"Eu tinha bronquite e a preocupação era que eu não deixasse de fazer exercícios a água", explica o surfista. "Mas eu logo comecei a ficar em pé na prancha e meus amigos me davam as dicas no surf", conta.
Há um ano, trocou Itapoá por Florianópolis, em busca de ondas melhores. Mora sozinho e a rotina é de musculação e surf. A família o incentiva a distância. A etapa de Maresias do SuperSurf, a mãe e a irmã (que mora na Inglaterra) assistiram pela internet.
As duas últimas etapas da competição serão no Costão do Santinho,em Florianópolis (SC), em setembro, e na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), em outubro.
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