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Foram 16 baterias e 209 ondas surfadas, dentre elas, cinco excelentes, 25 boas, 64 regulares e 115 ruins, de acordo com o julgamento dos árbitros. O primeiro dia do Gatorade Surf Classic, 27ª etapa do WQS, em São Francisco do Sul (SC), chega ao fim com grandes atuações dos surfitas de menor expressão do ranking. Com as baterias da primeira fase - a rodada de 112 - e as oito primeiras da segunda fase - a rodada de 96 - o público em São Chico pôde conferir alguns tubos, boas rasgadas e muitos cut-backs nas ondas da Prainha.

Logo na segunda bateria do dia, veio o primeiro tubo completo. Michel Roque conseguiu andar dentro da onda em um bonito tubo, manobra mais valiosa do surfe, que normalmente vale nota acima de nove, mas os juízes acharam que Roque mereceu apenas 7.67 pela manobra. Ainda assim, ele venceu a bateria com somatório 14.70, derrotando Felipe Martins e deixando Sandino Homke fora do campeonato.

Na oitava e última bateria da primeira fase, outra bela atuação chamou a atenção do público presente. Guga Arruda faz 8.50 em uma onda e marca a nota mais alta até então. Seu somatório final também impressionou, com 16.10 pontos e a classificação para a terceira fase – a rodada de 64 -, em que vai competir com o brasileiro melhor ranqueado, Jihad Khodr.

O ponto alto do dia, no entanto, foi Thiago Bianchini que pontuou 9.33, a nova maior nota do evento, e a maior nota do dia. Com manobras fortes e radicais, Thiago correu uma onda muito bem escolhida no outside da Prainha para se consagrar o grande nome do primeiro dia do WQS.

A escolha das ondas

A nota do surfista engloba diferentes quesitos analisados pelos juizes e, além das manobras, um outro ponto importante no somatório é a escolha da onda. Este quesito foi fundamental neste primeiro dia de competições na Prainha, em que o mar esteve mexido durante todo o tempo, com séries boas, mas também muita onda ruim e "fechadeiras". Quem conseguiu escolher a onda certa acabou se dando melhor. O surfista Igor Moraes, que passou fácil pela primeira fase, na terceira bateria, e também pela segunda fase, na quinta bateria, dá a dica.

- Tem que dar sorte de pegar as ondas boas. Esperar no outside a hora certa de remar, se posicionar bem, escolher e aproveitar o que vem de bom. Na minha última bateria, dei sorte de, nos cinco minutos finais, achar a minha onda e acabei me dando bem – explica Igor, depois de passar pela rodada de 96 sem dificuldades.

Outra boa dica é de Rafael Becker, que venceu a penúltima bateria do dia. Ele tem base regular (perna esquerda na frente) e, portanto, surfa de backside as ondas para a esquerda, principais da Prainha. Na água contra três "goofies", que surfam com a perna direita na frente e são frontside nas esquerdas, ele usou uma estratégia especial para a bateria.

- Entrei na água com um pouco de medo porque era o único regular dos quatro, mas achei a posição certa no outside e me dei bem. O difícil aqui da Prainha é o triângulo que se forma depois que a ondulação bate nas pedras e se você não se colocar no lugar certo, perde a onda – esclarece Becker.

Micos havaianos

Na quarta bateria surgiu o primeiro mico do WQS catarinense. O havaiano Patrick Furlotti, que chegou de última hora a São Chico, desapontou as expectativas do público e dos organizadores, que se empolgaram com a chegada de estrangeiros ao evento, até então, primordialmente de brasileiros, e ficou em último, com míseros 2.63 pontos. Patrick trouxe um amigo também havaiano ao evento, Adam D’Esposito. Mais um havaiano, mais um mico. Adam também foi último colocado em sua bateria, a oitava da rodada de 112, com apenas 5.43 pontos.

- Não estou acostumado a participar de competições. Na verdade, gosto de surfar ondas grandes, mas vim ao Brasil para treinar e ficar mais acostumado com o circuito – disse Patrick, ao fim de sua bateria, satisfeito com a participação no WQS de São Chico.

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