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Firme, porém sem baixar o nível. Foi assim a resposta do atacante Dagoberto ao presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury, que levantou a possibilidade de o jogador estar fazendo corpo mole para não prorrogar seu contrato com o clube antes de julho – quando o acordo entra no último ano e o valor da multa rescisória para transferências nacionais cai para 20% do valor original.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o atacante se disse surpreso e chateado, contestou a afirmação de que ainda precisa retribuir o que o clube investiu na recuperação de seu problema no joelho e, novamente, garantiu que em pouco tempo pretende voltar a jogar em alto nível pelo Rubro-Negro.

Gazeta do Povo – Qual sua resposta às declarações do presidente Fleury sobre essa sua suposta má vontade em negociar a renovação com o Atlético? Dagoberto – Fiquei surpreso quando ouvi o presidente do meu clube falar isso, porque até hoje não veio nenhuma proposta para mim, nada assinado pela diretoria. Minha vontade de jogar pelo Atlético é muito grande. Tive propostas de fora, o pessoal do Hamburgo (da Alemanha) veio atrás. Mas meu pensamento é jogar, retribuir o carinho da torcida, que agradeço muito. Em etapas ruins da minha vida o que valeu foi o carinho dela, da minha família e das pessoas que me apóiam sempre. Estou tranqüilo. Foi uma infelicidade da parte dele ter falado algo assim.

Segundo o presidente, há uma proposta permanente para prorrogação do contrato nos termos atuais, com o objetivo de compensar o investimento feito pelo clube no período de sua recuperação.Mas eu me machuquei jogando, defendendo a equipe que aprendi a gostar. Tive distensões, um problema muito sério no joelho. Na época (outubro de 2004), o treinador (Levir Culpi) sempre pedia para nós ajudarmos (na marcação). Estávamos em primeiro lugar no Brasileiro e acho que o grupo vinha acima de tudo. Eu estava passando pelo momento mais feliz da minha vida, por isso fiquei muito triste e fico até hoje. Nunca queria ter me machucado, mas parece que as pessoas entendem de outra maneira.

Você retribuiu o que o clube investiu na sua recuperação?Ele falou que não retribuí ainda. Mas e quando retornei no ano passado e o time estava a três pontos da zona de rebaixamento? Todos pediam para eu voltar. Isso aconteceu, jogamos sete partidas e ganhamos todas. Estou invicto há 25 jogos pelo Atlético. Por isso fico surpreso ao ouvir essas coisas. Mas tento manter a tranqüilidade. Faço tudo o que o pessoal aqui me pede, como sempre fiz. Sempre pensando em voltar muito bem.

Para justificar sua intenção de negociar só quando estiver jogando, um de seus agentes (Naor Malaquias) comparou a situação com a de um carro riscado. Para ele, é preciso arrumar antes de vender. Você concorda?Com certeza. Mas esse carro já foi arrumado, já está zero quilômetro e meu pensamento agora é defender novamente as cores que eu tanto gosto. Voltar, fazer uma excelente Copa do Brasil e retribuir as pessoas que me apoiaram.

O mal-estar com o presidente do clube pode atrapalhar sua seqüência no Atlético?Não. Quem tem boca fala o que quer. Pelo carinho que a torcida tem por mim, pelo tanto que eu gosto desse time, minha vontade de mostrar que posso voltar a jogar em alto nível, com certeza daqui a alguns dias estarei em campo fazendo o melhor para mim e para o Atlético.

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