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Os cinco árbitros sob suspeita de corrupção no futebol paranaense trabalharam em 28 dos 122 jogos da Série Ouro 2005. Ou seja: estiveram em ação em quase um quarto dos confrontos realizados na elite do futebol regional deste ano.

Mesmo sem provas, Carlos Jack Rodrigues Magno, Marcos Tadeu Mafra, Sandro da Rocha, José Francisco de Oliveira e Antônio Salazar Moreno serão denunciados hoje pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) por possível manipulação de resultados.

O grupo foi acusado de fraude pelo também apitador Evandro Rogério Roman, em depoimento no dia 20 de setembro. No relatório formulado pelo auditor Otacílio Sacerdote filho, eles figuram no artigo 241 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (Dar ou prometer qualquer vantagem (...) para que influa no resultado da partida).

Caso sejam condenados, os indiciados serão eliminados do futebol – com direito a recurso no STJD, a instância superior na esfera esportiva. Além disso, pode-se abrir uma brecha jurídica para que se investigue todos os confrontos dirigidos pelos suspeitos (leia-se: conseqüente impugnação dos duelos possivelmente contaminados).

No retrospecto dos acusados, Magno foi o que mais atuou no Estadual passado. O experiente juiz, que está a três meses de completar 45 anos e deixar o quadro da CBF, entrou no gramado em oito ocasiões – como nos dois encontros entre Paraná e Coritiba (ambos vencidos pelo Coxa por 3 a 1). O clássico do segundo turno sacramentou a eliminação do Tricolor.

Outro dado: o Império, que foi rebaixado ao lado do Engenheiro Beltrão, viu em 7 das 14 rodadas um desses árbitros mediando seus compromissos – o equivalente a 50%. O dono do time-empresa se mostra preocupado. "Não vou atirar pedras, mas se houve má-fé, tem de ocorrer a anulação do campeonato. Não podemos sofrer o descenso", cobra Aurélio Almeida.

A Adap também entra na lista de assiduidade, com 7 aparições do quinteto em 15 confrontos. O representante de Campo Mourão foi a campo em quatro das seis oportunidades que Sandro da Rocha esteve em ação – fato já levantado por Sacerdote Filho durante a investigação. Na mais importante, válida pelas quartas-de-final, foi desclassificado nos pênaltis pelo Iraty.

"Nós vimos erros que nos prejudicaram e também nos beneficiaram. Algo normal, pois estamos falando de humanos. Nunca, em 13 campeonatos profissionais que disputamos, detectei um conluio. Sinceramente, tenho total confiança na arbitragem paranaense, assim como na Federação", diz Adílson Batista, presidente da Adap.

O Engenheiro Beltrão, que amanhã tenta ser reconduzido via "tapetão" à divisão principal do Paranaense (pois a FPF não teria respeitado a fórmula de disputa bienal – aboliu o Torneio da Morte – exigida pelo Estatuto do Torcedor), já ameaça propor uma demanda no TJD solicitando a revogação dos jogos que envolvem os apitadores questionados.

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