A primeira eleição com bate-chapa da Federação Paranaense de Vôlei tem tudo para acabar na Justiça comum. O pleito ocorre hoje, a partir das 10 horas, no auditório do Colégio Martin Luther, no município de Marechal Cândido Rondon a 582 km da sede da entidade em Curitiba. A confirmação do pleito só foi dada ontem, no meio da tarde, quando a Comissão Eleitoral indeferiu o pedido feito pela oposição, de impugnação da chapa da situação.
De acordo com Clésio Prado, o primeiro oposicionista da história da FPV, o atual presidente Neuri Barbieri, e candidato a reeleição, não presta contas da entidade em Assembleia Geral desde a última eleição, em 2008. O que caracterizaria, de acordo com Lei Pelé (n.º 9.615 de 1998), causa de inelegibilidade dos dirigentes esportivos.
"Fomos obrigados a chegar nessa instância, pois fizemos várias colocações e nenhuma delas nos foi respondida", conta Clésio.
Presidente da entidade há quase 30 anos, Neuri Barbieri confirma o fato, mas se defende afirmando que, embora nunca tenha chamado assembleia para prestar aprovar seus gastos, toda a documentação estaria aprovada pelo Conselho Fiscal. Além disso, diz que a FPV é uma das únicas entidades de desporto do estado a estar sanada.
"Tive esse descuido burocrático, mas nunca me descuidei das contas", afirma Barbieri.
As acusações, contudo, não param por aí. Para a chapa de Clésio, que foi o primeiro parceiro de Emanuel no vôlei de praia, a eleição teria sido marcada para Marechal Cândido Rondon com intuito de evitar que o eleitorado de Curitiba e região, a maioria, votasse. Além disso, a primeira composição da Comissão Eleitoral, que conta com três pessoas, tinha um membro da chapa da situação, o que motivou duas trocas na mesa.
No primeiro caso, da localidade, a justificativa de Barbieri foi para dar uma alternância entre capital e interior na realização de reuniões e assembleias. Além disso também alegou que, nos últimos dois anos, a cidade escolhida foi a que mais eventos de voleibol sediou: quatro estaduais.
A nota oficial explicativa foi publicada no site da entidade por Jandrey Vicentin, o atual gerente de relações públicas da FPV e que, no momento, acumula o cargo de presidente da Comissão Eleitoral. Foi ele quem explicou o motivo de manter o pleito e como foi tomada decisão.
"Vamos manter a eleição, pois todos os documentos estão aqui. Mandei um fax para os outros dois membros e decidimos, eles me responderam por e-mail", afirmou.
Curiosamente, cinco minutos antes, a reportagem havia conversado com Juliano Trindade, também membro da comissão. Ele deu outra versão: disse que ainda não tinha tomado conhecimento do assunto, pois estava em viagem por motivos médicos.
O outro membro da mesa, Valdemar Umbelino da Silva, não foi encontrado pela reportagem.
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