
A Copa do Mundo foi considerada um impulso para que os clubes de cidades com menos tradição possam ocupar um lugar de destaque no futebol brasileiro. Cuiabá, por exemplo, mira a Série B do Brasileiro até o ano de 2014. A agremiação que está mais perto de cumprir a missão é o Cuiabá, treinado por Ari Marques, 55 anos, conhecido por trabalhos na base do Paraná e também na Suburbana com o Urano. O clube acabou de garantir o acesso à Série C do Brasileiro.
Toda a estrutura, no caso a Arena Pantanal, está servindo de combustível. E o técnico acha que o planejamento pode ser acelerado. "Estão fazendo um estádio lindíssimo e estão todos empolgados. Querem ter até 2014 um time na Série B. Que seja o Cuiabá, então. Nosso plano é subir já no ano que vem. Não pode uma cidade com um milhão de habitantes não estar pelo menos na Segundona", disse o treinador que, nascido em Piraju, interior de São Paulo, veio para Curitiba com 20 anos para jogar no Colorado, atual Paraná, e na capital paranaense criou raízes.
Subir de divisão, inclusive, tem sido algo difícil para os times paranaenses de fora do Trio de Ferro. Desde que foi instituído o sistema de acesso e descenso no Brasileiro, em 1988, eles têm sofrido para galgar degraus.
O último foi o Malutrom, em 2000, que ganhou a final dos Módulos Verde e Branco da Copa João Havelange, mas não disputou a Série B de 2001 por julgar deficitária. Antes disso, o currículo estadual é magro, com o Londrina garantindo vaga na Série B de 1994 ao se classificar numa seletiva e Matsubara e Operário, via Série C em 1992, alcançando um acesso para a Segundona que não foi realizada no ano seguinte. Isso engrandece a façanha de Marques num centro ainda mais distante do pólo principal do futebol brasileiro.
Ari Marques assumiu a equipe do Cuiabá no começo de 2010 e vem fazendo um trabalho de reformulação no jovem clube de apenas 10 anos e que trocou de dono em 2009. O acesso para a Série C representa uma marca que os clubes paranaenses perseguem sem sucesso. O treinador aponta a principal causa. "É problema de competência. Tem de ter gente competente trabalhando nos clubes. A grande maioria dos times paranaenses tem um departamento de futebol profissional falho. Desse jeito e sem estrutura, não tem como fazer futebol profissional", afirmou Marques.
E o investimento no estádio por parte do governo estadual não é o único que colabora com o Cuiabá. O clube está investindo em estrutura própria para treinamentos. "Aqui estamos construindo um CT e, a partir do ano que vem, estaremos com campos e alojamentos necessários para qualquer equipe", revelou o treinador.
A aposta num trabalho de longo prazo do treinador também é considerada fundamental para o sucesso dele. O ano e meio no Mato Grosso garantiu um título da Copa Governador do Estado e um Estadual, além do acesso.
"Conseguimos montar uma base forte e reforçamos o time com alguns jogadores de vários centros que eu já conhecia. Enquanto isso, temos um time B com jovens atletas que chegou à decisão da Copa Governador deste ano", explicou Marques. A aposta nos conhecidos também se estendeu à comissão técnica, que tem os preparadores físicos Alexandre Schimdlin e Rodrigo Rezende, ambos ex-Paraná e homens de confiança do treinador.
O Cuiabá enfrenta hoje, às 17 horas, em Rondonópolis, o Santa Cruz, pelas semifinais da Série D. A equipe precisa reverter a derrota de 1 a 0 do jogo de ida.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Deixe sua opinião