Depois de 14 anos, o técnico Carlos Alberto Parreira pôde dormir tranqüilo durante uma passagem pela Granja Comary na preparação da seleção brasileira. Após conseguir a classificação para a Copa do Mundo com duas rodadas de antecedência nas Eliminatórias, o treinador revelou neste sábado que finalmente deixa Teresópolis com a sensação de dever cumprido.
"Desde 1991 que eu não chegava aqui tão relaxado emocionalmente. O mais importante deste período foi o clima de tranqüilidade. Não vamos jogar só para cumprir tabela, faremos observações e vamos tentar chegar à liderança. Não fizemos mais do que a nossa obrigação em classificar o Brasil, mas foi importante conseguir isso rápido". afirmou Parreira, lembrando de sua segunda passagem pelo comando da equipe: após treinar em 1983, o técnico voltou à seleção em 1991 e ficou até o final da Copa do Mundo de 1994, quando foi campeão.
A seleção embarca na noite deste sábado para Santa Cruz de la Sierra. A equipe segue para La Paz, local da partida com a Bolívia, somente horas antes do jogo para diminuir os efeitos da altitude de 3.600 metros. Na próxima quarta-feira, a seleção encara a Venezuela, pela última rodada, em Belém.
Dos 26 jogadores convocados, apenas 18 seguirão para a Bolívia. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Cafu, Roberto Carlos, Juan, Emerson e Dida ganharam folga até domingo à noite, quando se reapresentam no Pará. Para Parreira, a equipe que enfrentará os bolivianos, na qual o único atleta considerado titular do Brasil é o atacante Adriano, faria bonito se representasse o país em uma Copa do Mundo.
"Bem treinado, teria chance, sem dúvidas. Na seleção não tem reservas. O que falta é entrosamento, seqüência de jogos, pois nunca atuaram juntos. Mas a qualidade individual deles poderá suprir essa falta de entrosamento", disse.
Parreira escalou o time com Júlio César, Cicinho, Roque Júnior, Luisão, Gilberto; Gilbero Silva, Renato, Juninho Pernambucano, Ricardinho; Robinho e Adriano.