Personagem central do maior escândalo de doping do atletismo brasileiro, o treinador Jayme Netto Júnior promete escrever um livro para contar sua trajetória no esporte, incluindo um capítulo sobre o caso divulgado no mês passado, que já resultou na suspensão de cinco atletas. Até agora, quatro editoras demonstraram interesse em publicar a obra, que será lançada no ano que vem e será escrita com a ajuda de um jornalista. O nome ainda não foi escolhido.
Ao lado do técnico Inaldo Sena, Jayme Netto Júnior confessou a utilização de doping nos atletas Bruno Lins, Jorge Célio Sena, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre todos já suspensos por dois anos , que foram flagrados em examesurpresa realizado no dia 15 de junho, cujo resultado foi divulgado pouco antes do Mundial de Atletismo de Berlim, disputado em agosto.
"A história do doping tem mitos e verdades. Desde que o esporte existe, os praticantes procuram por substâncias que melhorem a performance", disse o treinador de 49 anos, que trabalhava com a seleção brasileira há muitos anos e comandou a equipe do Brasil que foi medalhista de prata na prova do revezamento 4x100 metros na Olimpíada de Sydney, em 2000.
No livro, Jayme Netto Júnior explicou que não pretende acusar ninguém, nem mesmo o fisiologista Pedro Balikian Júnior, acusado de recomendar a substância proibida que provocou o doping dos cinco atletas e que ainda não se manifestou sobre o escândalo. "Não vou acusar o Pedro. Ele deveria falar e, quanto mais ele demora para falar, as pessoas ficam curiosas, querendo o esclarecimento das coisas", afirmou o técnico.
Desde o surgimento do escândalo, Netto emagreceu 11 quilos e passou a tomar remédio para depressão. "Meu médico me receitou remédio, a pressão é muito grande, já recuperei dois quilos. Estou muito arrependido. Não consigo entender como me envolvi com isso", revelou o treinador, suspenso por dois anos pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e afastado por 60 dias pela Unesp, onde é funcionário em Presidente Prudente (SP).
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