Não foram poucos os técnicos de grandes clubes brasileiros que, nas últimas semanas, confessaram sua dificuldade para dormir por culpa da janela. Não que os "professores" tenham sido incomodados pelo ventinho frio típico das madrugadas. A janela que tirou o sono dos treinadores foi outra: a de transferências do futebol europeu, fechada nesta segunda-feira. Agora eles poderão voltar a dormir em paz.

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Como os clubes da Europa não poderão mais formalizar nenhuma contratação até janeiro, os treinadores brasileiros já conseguem saber com quais jogadores terminarão o Brasileirão. É como se outro campeonato começasse agora, um torneio em que os times que estão na frente dificilmente sofrem uma queda repentina de rendimento. Péssima notícia para os perseguidores de Grêmio e Palmeiras, os dois mais fortes candidatos ao título.

Na briga particular entre gremistas e palmeirenses, os gaúchos levaram vantagem no balanço de perdas e ganhos da janela de transferências. O único jogador de grande expressão que deixou o Grêmio foi o meia Roger, mas isso aconteceu há muito tempo e o time já superou essa perda. Em compensação, o time de Porto Alegre trouxe da Europa o meia Souza e ainda se reforçou com dois jogadores da América do Sul: os uruguaios Orteman e Morales

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Outro time que se deu muito bem durante a janela foi o Internacional, que não apenas conseguiu segurar seus dois jogadores mais reluzentes, o atacante Nilmar e o meia Alex - embora este último ainda possa sair -, como contratou jogadores de reconhecida qualidade, como o meia argentino D’Alessandro e o atacante Daniel Carvalho, uma revelação do próprio Inter que estava no futebol da Rússia. Resta saber se haverá tempo para o técnico Tite dar entrosamento ao time e levá-lo ao menos à Libertadores, já que o título é algo quase inalcançável para o time gaúcho.

O Flamengo, por sua vez, praticamente trocou seu sistema ofensivo nas últimas semanas. Souza, Renato Augusto e Marcinho se mandaram da Gávea e deram lugar a Marcelinho Paraíba, Sambueza, Josiel e Fierro. Quem também se deu mal foi o Fluminense. O vice-campeão da Libertadores viu Cícero, Gabriel e Thiago Neves irem para o exterior e trouxe Eduardo Ratinho, Edcarlos e Éverton Santos, além de segurar Thiago Silva.

O São Paulo, que tanto medo tinha da janela, só perdeu Alex Silva e Aloísio, e o Santos conseguiu segurar seu jogador mais valorizado na Europa, o lateral Kléber.

Os treinadores do Brasileirão só não estão totalmente aliviados porque há um outro perigo rondando o futebol do Brasil: os clubes do mundo árabe, com seus cofres cheios de dólares originados nos poços de petróleo. Como têm um calendário diferente do europeu, os campeonatos do Oriente Médio dispõem de um período de transferências próprio. E isso não é bom para os torcedores brasileiros, que ainda podem ver seus ídolos tomarem uma avião rumo ao Catar ou aos Emirados Árabes Unidos.

Foi o que aconteceu com o Palmeiras, que já tinha perdido Henrique para o Barcelona e viu o ídolo Valdivia fazer as malas para jogar no Al Ain, dos Emirados Árabes. Do mesmo país, o Al-Jazira, treinado por Abel Braga, acertou a contratação do atacante Rafael Sóbis, do Betis, e está de olho em mais dois importantes jogadores que estão no Brasil: o zagueiro Fabiano Eller, do Santos, e o meia Alex, do Inter. Não por acaso, ambos jogaram com Abel no Beira-Rio.

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Paranaenses

Entre os times paranaenses a situação não é diferente. No Atlético exisita a expectativa de que os jogadores Danilo, Alan Bahia e Pedro Oldoni deixassem o time rumo ao velho continente, mas todos seguem como jogadores do Furacão. No Coritiba, os mais cobiçados eram o volante Rodrigo Mancha e o atacante Keirrison, mas eles seguem no Alto da Glória, pelo menos até o final do ano.