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Símbolos do planejamento dos clubes para a temporada 2006, os técnicos Luiz Carlos Barbieri e Márcio Araújo foram mantidos à frente de Paraná e Coritiba, respectivamente. A intenção era dar continuidade ao trabalho começado no Brasileiro do ano passado, em que ambos chegaram a Curitiba no meio da competição. Mas para o clássico de amanhã, pelo Paranaense, o momento de cada um é bem distinto.

Barbieri sofre com a falta de resultados e a ameaça de eliminação precoce. A pressão é grande, principalmente por parte da torcida, insatisfeita com a sexta colocação no grupo B.

Já Márcio Araújo vive um momento de paz. Os tropeços no início do torneio até geraram dúvidas sobre seu trabalho, mas ele se recuperou. Apostou nos pratas da casa, melhorou o rendimento do time e ostenta uma série de quatro vitórias.

A situação antagônica da dupla se reflete no tratamento com a imprensa. Se no CT da Graciosa Márcio Araújo faz questão de conversar com todos os jornalistas, sempre bem-humorado, invariavelmente com uma piada nova na ponta da língua, na Vila Capanema Barbieri tem falado cada vez menos.

Depois de uma semana com a cara amarrada e respostas curtas, ele admitiu irritação com a mídia. "Sou muito honesto, aceito críticas, mas não gosto quando publicam inverdades", contou.

Esquivou-se, porém, de apontar as supostas mentiras que o incomodaram. "Não vou falar disso. Vamos nos classificar e vou dar a volta por cima", despistou.

Com apenas três vitórias em dez jogos, o placar do clássico é considerado crucial no destino de Barbieri. Uma derrota pode selar sua despedida, apesar do apoio irrestrito do presidente José Carlos de Miranda. O dirigente garante o treinador até o fim do Paranaense. Mas a pressão pode falar mais alto.

"Estou firme e forte, sei administrar essa situação. Se eu mostrar insegurança, passo isso para o grupo", afirmou o técnico paranista.

A pressão que incomoda Barbieri foi dissipada do Alto da Glória por Márcio Araújo. Mesmo nos momentos em que o Alviverde foi duramente cobrado pela torcida, no começo do Estadual, o técnico esbanjou otimismo. Só queria um pouco de paciência para trabalhar e reformular o Coritiba. Os resultados apareceram com o tempo e hoje o Coxa briga diretamente com a Adap pela liderança do grupo B.

"Nunca me desesperei. Sempre disse que o trabalho estava no caminho certo. E quando a gente tem certeza disso, não existe a possibilidade de dar errado", afirmou, enquanto procurava um lugar para terminar a entrevista longe da chuva. "Se não sai todo o gel do meu cabelo", brincou.

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