Até dezembro de 2011, Cascavel não via muita esperança em manter a equipe de canoagem de velocidade que treinava no Lago Paulo Gorski. Sem investimentos, a estrutura não tinha nem sequer água potável e energia elétrica, pelo atraso das contas. Era usada pelos mais insistentes, como o medalhista de ouro no Pan do Rio (2007) e bronze no Pan de Guadalajara (2011) Roberto Maehler, que treinavam por conta, com ajuda de custo de apoiadores pessoais.
De lá para cá, a estrutura física da Associação Fiel de Canoagem teve alguma melhora. Uma pequena reforma. Mas foi na área tecnológica que os canoístas da cidade tiveram o maior avanço, com a compra de equipamentos de treino usados. Foi o pontapé para a renovação da equipe, que tem como foco os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
O grupo foi formado no início deste ano, quando o diretor técnico da equipe, Denis Ferreira Lopes, promoveu uma peneirada com cerca de 100 crianças e adolescentes. Escolheu dez, entre 12 e 17 anos, com potencial de progredir em escala geométrica nos próximos quatro anos.
Os dez garotos contam com aparelhos como o speed coach acoplados em seus caiaques. O equipamento capta, mapeia e transforma em estatísticas todos os movimentos dos atletas durante os treinos, apontando onde o canoísta pode melhorar. O material foi comprado com parte dos R$ 150 mil vindos do patrocínio da Volvo, via Lei Federal de Incentivo ao Esporte.
Assim, os novatos conseguiram em três meses a evolução contra o cronômetro que até então outros jovens talentos levavam anos para conquistar. "Em média, esses meninos começaram percorrendo o K1 1000 [caiaque com um atleta em prova de mil metros] em 6 minutos. Agora fazem abaixo dos 4 minutos. Quando o Maehler era juvenil, levamos mais ou menos dois anos para fazê-lo atingir essa marca", compara Denis.
A meta é fazê-los chegar aos 3min30, o que os tornaria competitivos internacionalmente. Medalhista de ouro na Olimpíada de Londres, o norueguês Eirik Veras Larsen assegurou o topo do pódio ao terminar o K1 1000 em 3min26s46.
A Associação também comprou uma lancha, o que permite ao técnico acompanhar e orientar os atletas em tempo real, e aguarda a chegada de dois caiaques de fibra de carbono.
Em 2013, os garotos começam outra etapa do ambicioso projeto. Ainda sem terem competido em provas nacionais, vão estrear em disputas internacionais, para ganharem experiência. "Ainda temos de garantir o patrocinador, mas vai acontecer", diz Denis.
Dos garotos, Denis exige total dedicação. Eles remam pela manhã, fazem musculação e correm nas proximidades do lago. À tarde, nova sessão de treinos. À noite, estudam. "Meu plano é chegar até a Rio 2016", diz uma das apostas, Luiz Henrique Fardin, 16 anos, atleta do K1 1000 e que começa a treinar o K4 1000.
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