A tenista paranaense Teliana Pereira é uma das grandes surpresas da Copa Gerdau de Tênis, que está ocorrendo em Porto Alegre. Mas com 17 anos, dessa vez não são apenas as vitórias que está acumulando na competição que chamam a atenção, mas também o seu porte físico.

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Sem jogar na maior parte do ano passado, por causa de uma lesão no pulso direito, Teliana retornou às quadras em 2006. Mas só na semana passada, no Banana Bowl, em São José dos Campos, é que deu as caras no Brasil. E mesmo caindo nas oitavas-de-final (perdeu para a campeã Alize Cornet), a reação tanto de técnicos como outras atletas já havia sido semelhante: novamente surpresa.

"Como ela quase nunca joga no país, as pessoas tiveram um choque com o crescimento físico dela. Até vieram falar comigo", explica o técnico Didier Rayon, que revela o inusitado segredo da mudança radical: a lesão caseira.

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Em uma tarde chuvosa em Curitiba, no mês de abril de 2005, Teliana foi descer do carro de seu pai, enroscou o pé, caiu na calçada e, ao se apoiar, acabou machucando o punho. Impossibilitada de participar das competições, foi obrigada a ficar em Curitiba apenas fazendo condicionamento físico. Foi quando o preparador físico da atleta, Caio de Brito, "planejou" o crescimento, que poderia ter sido mais rápido caso a atleta contasse com uma estrutura melhor (leia-se patrocínio).

Sem isso, Teliana mudou apenas sua rotina alimentar. Passou a tomar um café da manhã reforçado e aumentou o consumo de proteínas e carboidratos. De remédio, nada. Só Sustagem como suplemento alimentar – aquele mesmo produto fácil de achar no supermercado, que as mães normalmente dão para crianças em fase de crescimento. Aliada a isso, uma série simples de musculação em quatro dias por semana, onde intercalou exercícios de pernas e braços.

"Na verdade não foi nada de mais. Como ela tem uma propensão genética a isso, só corrigimos os hábitos alimentares. Por exemplo, ela se alimentava muito mal no café da manhã", explica o preparador físico.

Exemplo de que tudo foi muito simples é que Caio não sabe nem quantificar o crescimento que se logo tornou visual. Nem Teliana – aliás, ela também foi pega de surpresa.

"Nem sei quanto cresci. Na verdade nem gostei muito. Quando vi a minha foto, pensei que tinham colocado outro corpo ali. pareço tão forte...", brinca a tenista, que ainda não se acostumou com o novo visual.

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Nas quadras, contudo, Teliana consegue dimensionar bem o seu ganho: mais potência nos golpes e melhor movimentação. "A bola ficou mais pesada, eu estou mais rápida"

Não é a toa que desde o retorno marca também a sua melhor fase no tênis. Desde janeiro, a paranaense já disputou seis competições. Foram três títulos do ITF (Federação Internacional de Tenis), duas quartas-de-final e uma oitavas. Os execelentes resultados levaram Teliana ao 17.º lugar do ranking mundial júnior.

"Antes eu não havia ganho nenhum titulo do ITF", conta. Ontem, na disputa do Gerdau (a 7.ª competição da tenista no ano), Teliana passou para às oitavas-de-final. "Estou muito confiante".