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Fernanda Luvizotto do Amaral, 17 anos, de Curitiba, está terminando os testes de língua inglesa para emigrar para os Estados Unidos... | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Fernanda Luvizotto do Amaral, 17 anos, de Curitiba, está terminando os testes de língua inglesa para emigrar para os Estados Unidos...| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Golfe

Êxodo ajuda na modalidade

Não só os tenistas carimbam o visto americano para prolongar a carreira no esporte, sem ter de abrir mão da formação educacional. Nadadores e golfistas também se beneficiam da política esportiva calcada nas universidades dos EUA.

Ao contrário dos tenistas – que visam nas bolsas estudantis, em sua maioria, o passaporte para a vida profissional fora das quadras – nadadores e golfistas trocam o Brasil pelo ensino superior nos EUA para chegar à melhora técnica e profissional no esporte.

"Depois de tudo que aprendi na faculdade em relação ao golfe e da melhora que tive nos últimos anos, vejo que não seria possível atingir um nível bom suficiente para me tornar profissional se eu continuasse no Brasil", diz o golfista Daniel Stapff, 20 anos, que já foi cotado pela Confederação Brasileira como potencial para equipe nacional na Olimpíada do Rio, em 2016. O curitibano mora em Miami (Flórida), onde tem bolsa integral na Barry University e estuda Finanças. (AB)

  • ... A curitibana espera ganhar pontos no ranking prara atrair bolsas de estudo

Quando o paulista Henrique Cunha decidiu, em 2008, abrir mão da carreira profissional no tênis para seguir no circuito universitário americano, gerou decepção em técnicos e dirigentes do esporte no Brasil que há uma década anseiam pelo surgimento de um novo Gustavo Kuerten.

Mas não é difícil entender a escolha da promessa: a oportunidade de aliar uma boa formação acadêmica com a possibilidade de seguir competindo em alto nível. Cunha disputa o circuito para estudantes de ensino superior nos EUA, além de cursar de graça o curso de Administração, em Duke (Carolina do Norte). A tática é a nova moda entre adolescentes da classe média alta no Brasil.

O sonho geral é seguir o caminho traçado pelos irmãos Bryan. Os norte-americanos são líderes do ranking mundial em duplas, medalhistas de bronze na Olimpíada de Pequim, mas que antes se disputaram o circuito estudantil pela Universidade de Stanford (Califórnia).

Em geral, os brasileiros que buscam as bolsas estudantis nos EUA sabem que não chegarão a disputar as etapas principais de Grand Slams, mas que têm tênis suficiente para seguir competindo em um circuito de qualidade.

"Quando abri a empresa, tínhamos a média de uns 30 atletas conquistando bolsas todo ano. Agora, são 150 jovens tenistas indo estudar em universidades norte-americanas", diz Felipe Fonseca, diretor da Daqui Para Fora, uma das empresas brasileiras especializadas em intermediar a busca por bolsas estudantis pelo esporte.

Ele mesmo jogou tênis na juventude e, na década de 1990, estudou Administração em uma universidade da Carolina do Sul. Mesma rota que querem seguir os tenistas Fernanda Luvizotto do Amaral, 17 anos, de Curitiba, e Thiago Pinheiro, 18 anos, em 2012. Fernanda está terminando os testes de língua inglesa, etapa do processo.

"Vou também disputar mais circuitos este ano para competir e melhorar minha colocação no ranking", diz a tenista-estudante. O desempenho em quadra é medido por resultados e vídeos com jogos dos atletas.

Thiago, nono colocado no ranking nacional entre os homens até 18 anos, esteve em Curitiba esta semana disputando o Campeonato Brasileiro, também somando pontos que vão rechear seu currículo, para atrair mais propostas dos técnicos das universidades gringas. Ele que prefere não dizer com quais instituições já abriu conversação, para não atrapalhar as propostas e contrapropostas.

O técnico de Fernanda, Bruno Andrade, 28 anos, defendeu faculdades em Oklahoma e Tenessee, onde se formou em Cinesiologia [estuda o movimento do corpo humano], recomenda a experiência aos seus atletas. "Nem tudo foi às mil maravilhas. Quando fui, a proposta era uma e, quando cheguei, já era outra técnica, que não queria manter a proposta", conta.

"Somos bem recebidos, com raras exceções, na comunidade local porque vamos para representar a universidade", conta o sócio-diretor da franqueadora de sorvetes Yogurland, Rafael Soares, 27 anos, formado em Adminis­­tra­ção de Empresas e Econo­mia no Tenessee.

Antes de ter o próprio negócio, ele passou pela gerência de uma empresa de materiais de construção no Havaí. "Tudo pela isso aconteceu graças à raquete. Mas foi uma batalha. Afinal, tinha de acordar cedo para os treinos e o preparo físico e ainda estudar", fala.

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