Em baixa, Robinho espera desencantar
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Futebol de botão
Lições do 2 a 2
No campo ao lado, as formações de Brasil e Paraguai no 2.º tempo do jogo pela 1.ª fase. O time de Mano vencia por 1 a 0 até o intervalo, quando ele pôs Elano no lugar de Jadson para reforçar a marcação. Não funcionou. Foi justamente pela ponta esquerda (direita da defesa brasileira), onde Elano dava o primeiro combate, que Estigarribia deitou e rolou nas costas do lateral Daniel Alves.
Los Cardales, Argentina - Ele é o jogador que mais erra passes na seleção brasileira. E muitas vezes some em campo. Mas é o responsável pelas assistências de três dos seis gols marcados pela equipe na Copa América. Sem contar as outras vezes que deixou companheiros na cara do goleiro e eles desperdiçaram.
Ou seja, basta o camisa 10 Paulo Henrique Ganso ser um pouco mais regular e participativo para aumentarem muito as chances de o Brasil vencer o Paraguai hoje, às 16 horas, em La Plata, e se classificar às semifinais.
Voltar a enfrentar o adversário da segunda rodada é animador para Ganso. Foi no empate por 2 a 2, em Córdoba, que ele contabilizou seus melhores números: assistências para os dois gols (de Jadson e Fred), 32 tentativas de passe e 81% de acerto nelas. Esse confronto foi o único em que ele teve companhia na armação. Jadson jogou no lugar de Robinho no primeiro tempo e Elano no segundo, mudando o esquema do 4-3-3 para o 4-4-2.
De volta à formação com três atacantes no último jogo, contra o Equador, também em Córdoba, o desempenho ficou apenas um pouco abaixo: um passe para gol (de Neymar) e 74% de efetividade nos 31 toques que tentou.
"Estou evoluindo. Como eu já havia comentado, estava errando alguns passes. Vou buscar sempre essa melhora. [Contra o Equador], já pude ajudar mais uma vez, deixando o Neymar na cara do gol", afirma o camisa 10.
Ele aponta o crescimento do time como fator preponderante para ter melhorado individualmente. No empate por 0 a 0 com a Venezuela, na estreia, tentou apenas 26 passes, e errou 11 deles (aproveitamento de 58%). Hoje terá a chance de se redimir em La Plata, também local daquela partida.
Mesmo não jogando bem, poderia ter contabilizado no duelo com os venezuelanos sua primeira assistência. Mas Neymar demorou para concluir e teve o chute desviado pela defesa após receber de Ganso nas costas da zaga, a especialidade do camisa 10. O parceiro de Santos voltou a desperdiçar outra bola servida com perfeição ao demorar mais uma vez e parar no goleiro paraguaio Villar. Contra o Equador, Neymar aproveitou, mas Pato chutou por cima após ser encontrado pelo meia na área.
Apesar de ter melhorado muito em relação à estreia, o índice de erros nos toques de Ganso ainda é o maior entre os titulares da seleção na Copa América: média de 28% nas três partidas. "Isso se justifica porque ele não faz passes comuns, faz passes diferenciados, deixa o companheiro na cara do gol. Os adversários não deixam, mas ele tem conseguido mesmo assim. Sabe que tem de render mais, como ele mesmo disse. Ainda assim, tem sido importante", pondera o técnico Mano Menezes.
Jogador e treinador sabem que parte fundamental dessa melhora é participar mais do jogo. No esquema com três atacantes que será mantido para a partida de hoje , Ganso é o único armador.
Porém é apenas o sexto maior passador da seleção, com média de 30 toques por jogo. O lateral-direito Maicon, que atuou apenas contra o Equador, puxa a fila com 44. Depois vem o lateral-esquerdo André Santos (42), o zagueiro Thiago Silva (37), o lateral-direito Daniel Alves, que jogou as duas primeiras partidas (34) e o volante Lucas Leiva (33).
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