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Alessandra Marchioro, nadadora curitibana, durante treino na PUCPR. Atleta é uma das apostas para o Rio-2016 | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Alessandra Marchioro, nadadora curitibana, durante treino na PUCPR. Atleta é uma das apostas para o Rio-2016| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

2011 foi o ano mais complicado da carreira de Alessandra Marchioro. Mudou de treinador, ficou fora do Mundial de natação, chegou a repensar o seu futuro nas piscinas. O ânimo para seguir em frente veio em Londres. Seis dias vendo de perto a maior competição esportiva do planeta anularam a frustração de estar ali como espectadora, não dentro da água. "Me fez querer continuar", diz ela. E agora quer mais.

Alessandra Marchioro esteve em Londres pelo projeto Vivência Olímpica, organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro. A entidade selecionou 16 atletas entre 13 e 21 anos, de 14 modalidades dife­rentes (veja a lista completa abaixo). Cada um ficou pelo menos seis dias na capital inglesa durante os Jogos. Jovens com potencial para serem protagonistas da equipe nacional nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, mas que não conseguiram vaga para Londres. Com 19 anos, Ales­­sandra ficou a 26 centésimos da classificação para os 50 me­­tros livre, sua especialidade. Tem o perfil médio do grupo selecionado pelo COB.

"São atletas que se destacaram dentro de uma faixa-etária interessante para estarem em boas condições de dis­­putarem os Jogos de 2016. Mas não podemos dizer que são as maiores apostas para não pressioná-los e não desmerecer o trabalho de tantos outros atletas com ótimo potencial", comentou, por e-mail, o superintendente de esportes do COB, Marcus Vi­­ní­­cius Freire.

Segundo o dirigente, o grupo será acompanhado pelo Comitê ao longo do ciclo olímpico. O monitoramento ficará sob responsabilidade da Gerência de Projetos Es­­peciais da entidade. Por enquanto, nem mesmo os atletas têm informações de como será desenvolvido esse trabalho.

"O COB garantiu que estará presente, mas não tem nada formalizado. É certo que haverá um acompanhamento, talvez alguma ajuda. Esperamos que sim, pois a Alessandra não tem apoio para quase nada", diz Hilton Marchioro, pai de Alessandra.

Uma ajuda que pode ser reforçada pelo governo federal. O Ministério dos Esportes está finalizando a formatação do seu plano olímpico para 2016, que compreende, entre outras coisas, bolsas mensais de até R$ 20 mil para treinadores e atletas de ponta.

Logo após os Jogos de Lon­­dres, o ministro Aldo Rabello e o secretário nacional de alto rendimento, Ricardo Leyser, disseram que o foco seria em atletas bem classificados nos Jogos de 2012 e jovens que já sinalizaram ter boas chances de pódio no Rio.

A lista de promessas, contudo, será fechada em conjunto com as confederações. O mesmo critério foi usado pelo COB para definir a convocação do Vivência Olímpica. Assim, é provável que as relações coincidam.

"Hoje o Felipe é nossa única esperança de medalha pa­­ra 2016. Estamos levando ele no dedo. O COB também confia muito nele, tanto que o levou para Londres", diz Paulo Guedes, administrador judicial da Confederação Brasileira de Tiro. O dirigente se refere ao atirador Felipe Wu, medalha de prata nos Jo­­gos Olímpicos da Juventude de 2010, em Cingapura.

Desde então, Wu é acompanhado de perto pelo COB. A área de Ciência do Esporte da entidade elaborou um trabalho especial com o atirador, envolvendo auxílio psicológico, fisiológico e biomecâni­co. "Identificaremos quais os pontos em que ele pode evoluir para oferecer um suporte personalizado ao atleta", disse Freire, no início do trabalho.

É um acompanhamento assim que Alessandra espera receber, agora com a baga­gem de saber o que é uma Olimpíada. "Tive contato com atletas de ponta e percebi como uma cidade muda e vive o clima dos Jogos, tudo isso sem a pressão de competir", diz, sonhando em, daqui a quatro anos, viver a experiência completa de uma Olimpíada.

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