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Ginástica

Teste decisivo para Daiane

Daiane dos Santos passará por um teste de resistência nos próximos quatro meses que pode determinar sua longevidade na seleção brasileira de ginástica. Pela primeira vez desde a Superfinal da Copa do Mundo, em dezembro do ano passado, a ginasta será submetida a uma seqüência mais forte de treinamentos e competição. A reação dos joelhos da atleta – submetidos a três cirurgias entre 2002 e 2004 – à carga de exercícios servirá de termômetro para a comissão técnica da equipe saber se ela conseguirá suportar a preparação e a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, e da Olimpíada de Pequim, em 2008.

O calendário da atleta começa em agosto, com a disputa da 23.ª Universíade, a Olimpíada universitária, de 10 a 21 do próximo mês, em Izmir, na Turquia. Para outubro está marcado o Pré-Pan, que define os países que vão competir nos Jogos do Rio, em 2007. A programação termina em novembro, com o Mundial da Austrália, onde Daiane defenderá a medalha de ouro no solo, conquistada nos Estados Unidos, em 2003.

A série de competições – acompanhada de treinos mais puxados – já preocupa o técnico Oleg Ostapenko. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ucraniano disse que é impossível prever se Daiane estará com a equipe até o encerramento deste ciclo olímpico, apesar de demonstrar confiança na performance da discípula no Mundial deste ano.

"Ela começou tarde na ginástica, teve problemas com os joelhos e hoje treina mais ou menos, tem de dosar nos treinos. Por causa do joelho; é difícil prever o futuro. Mas ela pode ganhar medalha no Mundial", afirmou o ucraniano.

A coordenadora da seleção, Eliane Martins, confirma que, atualmente, a carga de treinamentos de Daiane é bem mais leve do que a prevista para períodos de competição. No entanto, ela evita fazer alguma previsão sobre o futuro da ginasta, que depende da reação de seus joelhos.

"Por enquanto ela não está treinando forte, então o joelho está tranqüilo, sem problemas. Mas se começar a treinar muito forte, o que vai acontecer?", afirma Eliane.

Para obter a melhor resposta possível para esse questionamento, a comissão técnica deve manter a estratégia de escalar Daiane somente nas competições mais importantes. Com isso, é provável que o calendário da atleta para os próximos meses fique restrito à Universíade e ao Mundial. No Pré-Pan, a tendência é a utilização de uma equipe de novatas.

"A presença dela na Universídade é garantida. Para o Pré-Pan ainda não sabemos a estratégia, mas como o Brasil vai classificar de qualquer jeito (como anfitrião dos Jogos, tem vaga garantida), podemos optar por dar experiência às ginastas mais novas", afirma Eliane, que projeta a mesma estratégia nas etapas da Copa do Mundo previstas para este ano.

"Em 2004, o objetivo depois da Olimpíada era classificar o maior número possível de ginastas para a final da Copa do Mundo. Hoje, a Copa não é a competição mais importante. Então podemos usar as etapas para testar as mais jovens."

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