Atacante Washington comemora o gol da virada atleticana sobre o Flamengo, em 2004| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo
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Todo mundo conhece (e ninguém mais aguenta) o bordão "é teste para cardíaco, amigo", sempre proferido por Galvão Bueno quando o bicho tá pegando, a cobra tá fumando, a chapa tá esquentando ou a seleção canarinho tá passando por uma situação de alta periculosidade. Neste caso, no entanto, vale a definição.

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Atlético e Flamengo duelavam pelo Brasileiro de 2004. Domingo de sol, daqueles perfeitos para a prática do futebol, quando a grama é mais verde e a bola mais branca. E, naquele dia, a Baixada estava inteiramente colorida de vermelho e preto.

O Furacão brigava com o Santos pelo título nacional e dava como certa a conquista da vitória, considerando a freguesia do Urubu em Curitiba. Entretanto, a bola rolou e o favoritismo ficou só na teoria. Primeiro tempo, 0 a 0.

Times de volta do vestiário e o equilíbrio era o mesmo. Até que Zinho, o apelidado "Enceradeira" na Copa de 94, cobrou escanteio para Júnior Baiano, aquele famoso também, inaugurar o marcador metendo "a cabeça preta na bola branca", como narravam os antigos.

E agora tudo fará sentido, aguarde. Quarenta e dois minutos corridos do segundo tempo e os cariocas seguiam vencendo. Mas aos 45, somente 120 segundos depois, tudo havia mudado, um novo mundo havia se descortinado, graças a Washington, aquele atacante que um dia fora desenganado para o futebol por causa de um problema no coração.

Aos 43, o atleticano empatou o confronto, usando o corpanzil para girar na frente do zagueiro. Um minuto depois ele sofreu pênalti, numa vacilada tremenda do goleiro Júlio César. E justificando o codinome de Coração Valente, Washington cobrou e determinou a virada impensável: 2 a 1.

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