Quando, logo no início, o príncipe Harry, caçula da família Windsor, surgiu como representante dos donos da casa, deu para imaginar que a cerimônia de encerramento dos Jogos de Londres seria uma grande balada. Foi isso mesmo que se viu na maior parte das quase três horas de festa. Como na abertura, há duas semanas, os ingleses lembraram ao mundo que fazem parte da vida de quase todos nós através de uma ou outra canção nascida nas terras da rainha.

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Foi um grande show, mais precisamente uma ópera-rock, um pouco desconexa e às vezes cansativa (George Michael tinha que cantar duas músicas?). Teve de tudo: Stomp, Blur, Pet Shop Boys, Kate Bush, Annie Lennox, Kaiser Chiefs, Pink Floyd, The Who, Beatles. A participação do Monty Python Eric Idle foi um ponto alto.

Os ingleses souberam aproveitar os recursos da tecnologia exibindo as belas imagens das competições, produzidas com as câmeras posicionadas muito perto dos atletas, e fazendo um show de luzes nas arquibancadas e no palco. Este foi armado sobre uma estrutura que reproduzia a bandeira do Reino Unido e permitia que os artistas circulassem e fossem vistos de vários pontos do estádio. Boa sacada foi também o uso de automóveis, ônibus e motos para trazer os cantores.

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Faltou um pouco de espirito olímpico. O revezamento de shows deixou os atletas em segundo plano. Um refresco foi a entrega de medalhas para os primeiros colocados da maratona, vencida pelo ugandense Stephen Kiprotich.

Houve vários "ressuscitados". John Lennon foi homenageado com um quebra-cabeça que formou seu rosto por alguns segundos. Lindo! Freddie Mercury, em telões colocados no centro do estádio, interagiu com o público mais vez. As Spice Girls foram apenas uma curiosidade engraçadinha (Victoria Beckham, de cara amarrada como sempre, parecia apavorada de medo de cair de cima do black cab que a levava). Oasis não existe mais, mas Liam Gallagher cantou Wonderwall com sua nova, Beady Eye.

Chegou, então, a hora brasileira, que foi rápida e musical como se esperava. O gari Sorriso, conhecido por sambar enquanto limpava a pista do Sambódromo no intervalo entre a passagem de uma escola e outra, não fez feio. Alessandra Ambrósio estava lá a troco de nada. Foi bonita a participação de Marisa Monte cantando a Bachiana nº 5 de Villa-Lobos. Talvez tenha sido o único momento surpreendente da passagem brasileira, já que o resto do espetáculo montado pelo cineasta Cao Hamburguer e pela cenógrafa Daniela Thomas lembrava desfile de escola de samba. Pelé chegou para garantir que a plateia internacional reconheceria algum rosto brasileiro. Não foi memorável.

Agora o Rio tem de arregaçar as mangas, digerir o que deu certo em Londres e planejar algo à altura da festa inglesa.

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