São Paulo (AE) Tevez conseguiu tirar o foco do pescoço do técnico Márcio Bittencourt. O capitão e principal astro do Corinthians revelou ontem não ter mais vontade de continuar no futebol brasileiro. A razão: ele se diz perseguido pelos árbitros e não está conseguindo demonstrar o seu talento porque se sente pressionado em todas as partidas no país. A declaração bombástica veio um dia depois de seu compatriota Sebá ter acusado o árbitro Edílson Pereira de Carvalho de tê-lo xingado no clássico contra o São Paulo.
Tevez aproveitou para dizer que mulheres não podem trabalhar "nem como bandeirinhas" em clássicos. Na partida de quarta-feira, em que o Corinthians perdeu para o São Paulo, as assistentes do árbitro foram Ana Paula Oliveira e Maria Eliza Correia.
"Não querem que um argentino vença no futebol brasileiro. Não tenho mais vontade de continuar aqui se os juízes continuarem a me perseguir. Sou xingado em todas as partidas. Contra o São Paulo, o juiz não xingou só o Sebá. Também fui xingado de gringo de m.... Se for para continuar assim, prefiro ir jogar na Europa", disse Tevez, surpreendendo dirigentes do Corinthians e da MSI. "Tenho coragem para falar sobre o que os juízes fazem comigo. Eles não têm coragem de assumir o que falam."
Apesar da gravidade da declaração, Tevez aparentava calma. "Como é que alguém pode jogar se é xingado e perseguido em todos os jogos? Não esperava que isso fosse acontecer no Brasil. Na Argentina o jogador brasileiro pode mostrar o seu futebol. Aqui não há interesse que o argentino se destaque...", acusou o jogador, contratado no fim do ano passado por US$ 22 milhões.
A ameaça de perder, além do título brasileiro com o Corinthians, o seu lugar na Copa do Mundo anda atormentando Tevez. Ele já não é mais presença obrigatória na seleção argentina. Em relação às mulheres do apito, o atacante foi até grosseiro. "Em um futebol mais sério, mulheres não devem trabalhar como árbitros. É uma questão de capacidade", afirmou.
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