O Andraus, que treina em Campo Largo, é um time bancado por investidores interessados nos lucros decorrentes da venda de atletas, mas o técnico Sérgio Rosa não abre mão dos resultados em campo| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Tabela

Confira os cinco jogos que abrem a Terceirona estadual. O Cambé folga.

Grupo A

10h30 Andraus x G. Maringá

15h Iguaçu Agex x Grecal

Folga: Cambé

Grupo B

15h30 PSTC x Tigrão

15h30 Colorado x Matsubara

15h30 Metropolitano x Júnior

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Fadada ao fracasso técnico e de público, começa hoje a Terceira Divisão do Campeonato Para­­naense. Onze equipes divididas em dois grupos iniciam a disputa por duas vagas na Segundona do ano que vem.

Mas engana-se quem pensa que todos os participantes querem o acesso. Subir de divisão po­­de não ser um bom negócio para quem vai apenas cumprir tabela na disputa.

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A partir deste ano, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) determinou que equipes que desejam participar das categorias menores obrigatoriamente precisam disputar alguma competição profissional do estado.

Com isso, siglas conhecidas apenas em partidas de torneios de base, como PSTC, Grecal, Agex, Andraus e Júnior Team, viram-se obrigadas a jogar o campeonato adulto.

"Acho que a Federação tem razão. Mas em campo vamos cumprir tabela. Não temos ne­­nhuma pretensão", alerta Mário Iramina, presidente do PSTC, de Londrina, conhecido por ter sido parceiro do Atlético no início da década e ter revelado estrelas como Jádson, Dagoberto e Klé­­ber­­son. "Não temos torcida, mas jogaremos no Estádio do Café [com capacidade para 40 mil pessoas]. Quem sabe os parentes dos jogadores torçam para a gente", brinca o presidente.

Situação parecida vive o Júnior Team.

Outro clube londrinense que pela primeira vez participará de uma competição fora das categorias menores. Dissidência do Tubarão desde 2001, seus dirigentes não escondem que também colocarão a equipe em campo apenas para participar.

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"Lógico que não vamos entrar com o pensamento de sermos cam­­peões, pois a equipe é jovem e continuamos com o propósito de formar jogadores. Para o campeonato aproveitamos o pessoal da casa", admite o vice-presidente José Jurandir Barrozo.

Acostumados com as despesas nas categorias menores, os clubes agora terão de se ajustar à realidade imposta pela FPF para os profissionais. A soma de todas as taxas e custos de cada partida como mandante gira em torno dos R$ 4 mil. Fora os salários e viagens que também passam a ter custo elevado.

"Na base, gastamos cerca de R$ 12 mil mensais. Agora achamos que iremos gastar pelo menos o dobro", constata Nilceo Sprea, presidente do Grecal, de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. O clube, oriundo de um projeto social, mandará suas partidas no estádio do amador Inter­­nacional. "Serão liberados menos de mil lugares", revela o dirigente.

A outra equipe da região de Curitiba também é de Campo Lar­­go. O Andraus possui direitos econômicos de jogadores espalhados pelo Brasil e exterior. Tem centro de treinamento e alojamento de primeira linha. Mas é outro que não possui torcida.

"O Andraus é um projeto de investidores. Vamos disputar por obrigação, mas também queremos o resultado. Em 25 anos que estou no futebol, sempre joguei para ganhar", comenta o técnico Sérgio Rosa, sobre a equipe que atuará como mandante do outro lado da região metropolitana, em São José dos Pinhais.

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Se alguns nomes tradicionais do futebol paranaense – Grêmio Maringá e Matsubara, especialmente – estão na disputa, outros revelam a total falta de identidade de alguns clubes do torneio. O Agex, de Curitiba, fez uma parceria com o Iguaçu de União da Vitória e se chamará Iguaçu Agex.

"Essas cidades e jogadores precisam de um lugar ao sol. É muito melhor ficarem identificados pelo futebol do que pela criminalidade e pelo tóxico", defende o vice-presidente da FPF, Amilton Stival, sobre o campeonato que começa hoje sem grandes perspectivas.