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Um pequeno exército de crianças está deixando o Brasil para jogar no exterior. A constatação é da Fifa, com base no levantamento de transferências ocorridas em 2011, que mostrou que mais de cem menores brasileiros foram contratados por clubes estrangeiros no ano passado. Esse número, porém, pode ser apenas a ponta de um iceberg, já que os dados se referem somente a transações oficiais e autorizadas.

No total, 13 mil crianças de todo o mundo teriam passado pelos sistemas de registros da entidade em 2011, classificadas como "amadores". Essa é a primeira vez que a Fifa publica um mapeamento completo das transferências internacionais, graças ao novo sistema eletrônico de registro de vendas e compras de atletas. A constatação da entidade é de que o ano movimentou US$ 3 bilhões (cerca de 5,1 bilhões) em 11 mil transações, realizadas por 5 mil clubes.

Longe de ser uma surpresa, os brasileiros lideram o ranking mundial dos jogadores mais cobiçados – foram 1,5 mil negociações internacionais, 13% do total. Brasil, Argentina e Uruguai são, juntos, responsáveis por 25% das vendas mundiais.

Mas uma análise mais profunda dos números mostra que parte substancial dessas transferências envolve menores. Em 2011, o Brasil foi superado apenas pela Albânia em número de crianças negociadas, com 140. Mas o volume brasileiro – de pouco mais de cem – é duas vezes maior que o registrado pela terceira colocada, a França.

A Fifa proíbe a venda de menores, justamente para evitar a exploração de crianças e manter talentos em seus países. O relatório admite que "histórias de horror" podem ocorrer e que essa é a população "mais vulnerável".

A Fifa registrou 13 mil transferências de jovens, número superior ao de transferências oficiais de jogadores com mais de 18 anos – 11,5 mil. A entidade insiste, porém, que, com o sistema eletrônico e as exigências feitas, o número de jovens transferidos desabou.

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