A assinatura dele está no guardanapo de papel, do restaurante Veneza, de Santa Felicidade, que acabou entrando para a história como o primeiro documento escrito da fundação do clube, em 1988. Pouco tempo depois, ele foi eleito o primeiro presidente e, em 1991, levantou a primeira taça. Quase 20 anos mais tarde, Aramis Tissot transformou-se na voz do desespero paranista.Nos últimos meses, tem sido comum ouvi-lo desabafando, no rádio, na televisão, e nas matérias dos jornais. Culpa da grave crise financeira paranista que tenta contornar. Mais de uma vez, também, o atual vice-presidente do Tricolor ameaçou, diante dos microfones, que deixaria a Vila Capanema tão logo tivesse uma oportunidade se dependesse da família, o retorno ao mundo da bola jamais teria acontecido.
"Tudo isso me afeta demais. Não é fácil ser cobrado pelos jogadores por conta do atraso de salário, no que eles têm razão de cobrar. Me afeta emocionalmente, afeta o meu problema de saúde. Eu penso muito em sair, mas, por outro lado, pelo amor que eu dedico ao clube, penso que ainda posso contribuir", diz Tissot.
Entretanto, ele garante, do fim do ano não passa. "Estou me preparando, já avisei ao presidente Aquilino (Romani) que no futebol eu fico até o fim do ano. Terminando este campeonato (Série B) eu quero parar. Mesmo que o time suba para a Primeira Divisão. Mas não vou deixar de ajudar."
Além dos problemas do dia a dia no Durival Britto, o dirigente reclama da falta de ajuda. Tissot voltou ao Tricolor como candidato a presidente na chapa Revolução Paranista, para as eleições de novembro de 2009. Grupo que, depois de costuras políticas, acabou se unindo à situação, liderada por Aquilino Romani.
"Poucas pessoas ficaram. Vários estavam comigo no lançamento e muitos abandonaram o barco. O Renato Trombini (empresário) tem ajudado muito. Temos outras pessoas, mas deveríamos ter um número muito maior", diz o vice-presidente.
Um dos motivos, para Tissot, foi a criação do GI (grupo de investimento que atuou no Paraná entre 2006 e 2007, liderado pelo ex-diretor Durval Lara Ribeiro e Aurival Correia). "Como deu algum tipo de problema, afastou muita gente do clube".
Assim, contando com a colaboração de poucos, vai se buscando uma saída. Algo que possa recolocar o Paraná em condições de lembrar a equipe que dominou o cenário estadual por boa parte dos anos 90. Existe essa solução, segundo ele.
"É uma situação ruim, mas precisamos de um pouco de paciência. Temos algumas ações em vista, como a construção de um estacionamento para a sede social, no ano que vem, que com certeza vai trazer recursos ", prevê.
Para a bola, a recuperação passa por uma mudança de endereço nos treinamentos. "Precisamos reestruturar o departamento de futebol e levar o time profissional para o centro de treinamento (Ninho da Gralha, em Quatro Barras). Deixá-lo próximo das revelações. Para isso, precisaríamos gastar um pouco de dinheiro, mas vale a pena."
Além disso tudo, a torcida precisa colaborar. Bem mais do que se verificou na venda do "pacote da salvação". Durante a semana passada, a diretoria pôs à venda ingressos casados para os jogos do Náutico e Coritiba custando R$ 100 e R$ 150. Pouco mais de 600 foram adquiridos pelos paranistas, de uma carga de 6 mil.
"Nossa torcida parece que diminuiu. Mas não é verdade. A torcida do Coritiba está pronta para vir para o clássico [no próximo sábado]. Se liberássemos a Vila para eles contra o Paraná, eles iriam lotar. Temos de fazer isso, provar". Há pelo menos um alento: "O número de sócios tem aumentado. Iniciamos com 2 mil e já estamos com 4 mil. Nossa meta é 6 mil".
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