Título como líder da nova geração anima Giba

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O atacante Giba desembarcou ontem em Curitiba após a conquista da Liga Mundial. O primeiro título da nova geração do vôlei masculino impôs um novo papel ao consagrado ídolo. Com um ti­­me renovado e poucos remanescentes da geração mais vitoriosa da modalidade, o paranaense au­­mentou sua liderança no grupo.

"Na quadra a gente se concentra no jogo e esquece um pouco. Mas é bom saber que eles escutam e têm esse respeito. O meu papel é mais do que orientar a equipe, a grande responsabilidade é nossa (dos mais experientes)", declarou o jogador.

Um peso sentido e assimilado. "Acho que ele começou querendo assumir demais a responsabilidade. Sou muito crítica e falei para ele no primeiro jogo, quando não foi muito bem: ‘Passou creme nos braços, amor?’ Por causa dos erros de recepção. Depois, melhorou", comentou Cristina Pirv com a intimidade de esposa e autoridade de ex-jogadora de vôlei.

Se ainda é cedo para prever onde a nova geração do vôlei pode chegar, o grupo assumiu a necessidade de evolução depois do oitavo triunfo na Liga. "Primeiro é colocar os pés no chão pois temos muito a melhorar ainda", disse o levantador paranaense Marlon, estreante na seleção. "Tivemos 38 erros no último jogo. Nunca tinha visto um time ganhar errando tanto", apontou Giba.

O desempenho dos adversários na fase final também limita a análise. "Cuba e Sérvia até foram bem, mas os Estados Unidos não estavam com o time principal e a Rússia jogou 50% abaixo do pa­­drão", acrescentou o ponteiro.

Pequenas ressalvas diante de uma imensa satisfação. "Foi muito bacana ver como este grupo aguentou a pressão. Foi a primeira vez que vi uma situação como essa, estádio lotado, cantando hinos de guerra com arremesso de moedas e isqueiro na quadra", relembrou Giba. "Não poderiam ter um melhor teste que esse", reconheceu o técnico Bernardinho durante a coletiva no Rio de Ja­­neiro.

Além da maturidade forçada, a seleção campeã mostrou consistência defensiva com excelente bloqueio e também muita força no saque. "Nosso time é mais alto (com 1,99 cm, a equipe titular foi 3 cm superior ao time prata em Pequim-2008) isso facilitou o bloqueio. Quanto ao saque, recebemos a liberação do Bernardinho para forçarmos mais", contou Gi­­ba, orgulhoso da nova geração. Sentimento capaz de prolongar a sua estada na seleção.

"Por enquanto o plano é continuar até (o Mundial de) 2010. Mas vamos ver. Agora jogando no Brasil fica mais fácil, não passamos tanto tempo longe, oito me­­ses jogando no frio (ele atuava na Rússia). Até a saúde não aguenta mais. Quem sabe? Fiquei bastante animado", admitiu o jogador, que defenderá o Pinheiros na próxima Superliga. Outros campeões também foram repatriados. O ponteiro Murilo e o meio de rede Sidão serão anunciados amanhã como reforços do Sesi, de São Paulo.

O tempo para descanso dos octocampeões será curto – e po­­deria ser pior. Bernardinho queria a reapresentação amanhã em Sa­­quarema, mas a pedidos adiou para domingo o início da preparação para o Sul-Americano da Co­­lômbia, de 14 e 21 de agosto, que vale vaga para o Mundial.