O Nacional decidiu brigar no tapetão contra o gol inexistente que sofreu no domingo passado. Foi ontem ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR), pediu anulação da partida com o Rio Branco e colocou um asterisco na tabela de classificação do Paranaense 2006.
Como o TJD-PR acatou o pedido e marcou julgamento (para o dia 6 de março), o empate por 1 a 1 ocorrido no Estádio Erick George, em Rolândia, ficou sub judice. Ou seja: até a análise do mérito, o jogo não tem efeito na classificação. E o veredicto, devido à folga de carnaval, só irá sair após o término da primeira fase.
"Será observado o dano provocado pelo erro do árbitro. Pode o tribunal entender que o prejuízo foi passível de reparo. Há algum tempo, na Alemanha, houve uma decisão nesse sentido", explica Bortolo Escorssim, presidente do TJD-PR.
"Vamos entrar na polêmica do erro de direito (quando o juiz desconhece a regra do jogo) e de fato (por desatenção). A rigor, apenas no primeiro caso entende-se que a partida deve ser refeita. Estamos vivendo a segunda situação, mas entendemos que esse equívoco foi muito prejudicial e deve ser corrigido", argumenta o advogado do Nacional, Nixon Fiori.
A partir da demanda judicial, o Rio Branco tem dois dias para se manifestar. Em seguida, o mesmo prazo será dado à procuradoria do tribunal. Pelo rito processual, tanto árbitro e auxiliar da partida quanto os jogadores que comemoraram o gol inexistente podem vir a sentar no banco dos réus.
"Nós queremos fazer história. Eu sei que jamais foi anulada uma partida no Brasil por vacilo do apito. Assim mesmo, acredito no TJD. Nosso time corre risco de rebaixamento e isso deve ser analisado. Essa falha nos trouxe transtornos, por enquanto, irreparáveis", diz José Damílson, presidente do Nacional atual vice-lanterna do grupo A.
Os dirigentes do Nacional não acreditam que o exemplo do ano passado influencie de alguma forma na decisão. Durante partida entre Império e Atlético (20/2/05), situação idêntica ocorreu na Arena. A bola foi à linha de fundo e a arbitragem deu gol ao Furacão. "Há um detalhe: naquela ocasião, o Império não quis brigar na Justiça. Aceitou o resultado", lembra Damílson.
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