O Vasco foi derrotado novamente no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RJ), nesta terça-feira, por ter escalado o meia Jéferson de maneira irregular na partida contra o Americano no dia 24 de janeiro, pela primeira rodada da Taça Guanabara. O departamento jurídico do clube de São Januário não conseguiu convencer o Pleno de que o jogador estava inscrito no campeonato e foi derrotado por 7 votos a 1. Com o resultado, o clube cruzmaltino está fora das semifinais do primeiro turno da competição. Porém, os advogados vascaínos estudam ainda a possibilidade de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
No primeiro julgamento, na última quinta-feira, o clube acabou sendo punido pela 4ª Comissão Disciplinar com a perda de seis pontos. Quatro auditores acataram a acusação da procuradoria do TJD contra um, que deu ganho de causa ao Vasco. Com a punição, o time da Colina passou a somar apenas cinco pontos na Taça Guanabara. Com o triunfo sobre o Madureira, no último domingo, o time chegou aos oito, mas mesmo assim acabou eliminado do primeiro turno da competição.
Durante a preliminar do julgamento, o Vasco teve sua primeira derrota. O clube tentou alegar a ilegitimidade do Fluminense como terceiro interessado no processo, uma de suas principais armas para o recurso, mas foi negado pelos auditores. A defesa vascaína também apostou na falta de provas da irregularidade do jogador, já que não houve o Bira do dia 23, e também no fato de ter apresentado um fax com a cópia da liminar que dava direito ao jogador de atuar.
Em um julgamento longo e tenso, marcado pelas provocações entre os simpatizantes de ambos os lados e pelos gritos dos torcedores vascaínos na porta do TJD-RJ, o Vasco teve problemas para convencer os auditores do embasamento de sua defesa. Os advogados Oswaldo Sestário e Mariju Marciel fizeram um discurso inflamado, mas insuficiente para sensibilizar o pleno. Mais sereno, o advogado do Fluminense, Márcio Bittencourt, relembrou casos como dos atacantes Leandro Amaral e Dodô, que não foram escalados pelo clube das Laranjeiras até estarem aptos para entrar em campo.
O advogado tricolor apontou as irregularidades vascaínas no caso. Para ele, o Vasco tinha ciência de que não poderia escalar Jéferson na partida contra o Americano. O principal argumento é de que, se o clube desconhecesse, não teria ido ao Ministério do Trabalho tentar regularizar o jogador.
Assim como o advogado do Tricolor, o procurador Rogério Calazans apresentou ao Pleno a irregularidade da escalação de Jéferson. De acordo com Calazans, absolver o clube de São Januário seria desrespeitar o regulamento do campeonato e pediu a manutenção da punição.
O primeiro voto foi do relator do processo, Sérgio Saraiva. Ao elogiar a procuradoria, Saraiva relembrou que o atleta só foi regularizado no dia 28, quando o nome do jogador foi publicado no Bira. Em um longo discurso, o relator afirmou ter faltado cautela ao Vasco por não ter se antecipado à regularização, e, então, votou contra o recurso vascaíno.
Os auditores Jorge Antônio Augusto, Daniel De Marco, Jorge Lira, Márcio Amaral, Edécio Nogueira e o presidente do Pleno, Antônio Vanderler, acompanharam o voto do relator. Henrique Marques foi o único a votar a favor, o que não foi suficiente para realizar o sonho vascaíno.
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