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Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Trigésima quarta cidade do roteiro que só vai terminar com a abertura da principal competição esportiva das Américas, no próximo dia 13, no Rio de Janeiro, a passagem da tocha pan-americana por 17 bairros e diversos pontos turísticos de Curitiba, ontem, dividiu a capital paranaense em três grupos.

A turma do contra, opositora à iniciativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mesmo em minoria, nem bem esperou o primeiro congestionamento se formar nas ruas vizinhas ao Jardim Botânico, perto do meio-dia, para espernear. Enquanto o ex-jogador de basquete Rolando Ferreira Júnior, medalha de ouro nos Jogos de Indianápolis (EUA) em 1987, iniciava a caminhada com a chama pela Rua Engenheiro Ostoja Roguski, em frente ao parque, o motoboy Jeferson André se desesperava para vencer o engarrafamento e terminar as entregas em tempo. "O que é isso? É a tocha do Pan? Por isso que o trânsito está um inferno", disse ele, antes de o sinal abrir e sumir em disparada pela Rua Itupava, no Alto da XV.

Existiu também gente indiferente à festa. Como um grupo de jovens que tão logo botou os pés fora do Jardim Botânico começou a "polêmica" sobre a data de abertura do Pan. Teve apostas no dia 10, 11 e 14. E nada do dia 13. Ou um jovem casal na Praça Santos Andrade, no Centro, já no fim da tarde, que discutia calorosamente se objeto que chegaria ao local pelas mãos de Marcos Olsen, ex-atleta de tiro esportivo e dono de quatro medalhas pan-americanas, era mesmo uma tocha ou uma taça.

A grande maioria dos curitibanos, porém, entrou no espírito olímpico e aproveitou o revezamento da tocha para festejar. O ponto alto da viagem de 34 quilômetros pela cidade aconteceu próximo ao Parque São Lourenço, na esquina entre as ruas João Gava e Mateus Leme, quando aproximadamente mil alunos do Colégio Santa Maria receberam a chama ao som do coro adaptado de "tocha, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver". "Estão todos entusiasmados. Há uma semana que só falam nisso. Aproveitamos a ocasião para passar a eles um pouco da história dos Jogos", comentou a auxiliar de monitoria da escola, Juliana Bortt Machado. "Isso é ótimo, fantástico", acrescentou o ciclista Roberto Alves, que aproveitou a maratona e o bloqueio das ruas para se exercitar, caminhando e empurrando uma bicicleta.

Entre os atletas, o discurso pouco oscilou. Partiu do "muito emocionante", passou pelo "é só felicidade" e terminou no já esperado "é um grande reconhecimento da cidade".

"É algo muito especial para nós. Passei a chama para o meu pai (Ronaldo), que entregou para o meu irmão (Ivan). A família toda está bem feliz", resumiu o esgrimista Athos Schwantes, de 22 anos, que após uma série de desentendidos que quase tirou o clã mosqueteiro – e curitibano – do revezamento, agradeceu o apoio da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer (Smel) no caso.

No fim do evento, enquanto o prefeito Beto Richa acendia a pira pan-americana na Santos Andrade, funcionários em greve da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aproveitaram para protestar: "Que a tocha do Pan ilumine a educação pública brasileira", dizia uma faixa colocada no prédio central da instituição, atrás da praça.

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