O nome do novo rei do xadrez é Veselin Topalov. Para os fãs e acredite, enxadristas têm pequenas legiões de fãs ele é simplesmente Topa. Para os adversários, é o Topzilla: brincadeira com o monstro japonês Godzilla, destruidor de tudo o que passa à sua frente. E Topalov tem mesmo destruído quem quer que sente do outro lado da mesa para desafiá-lo. Tornou-se campeão do mundo no ano passado, em um torneio com todos os grandes nomes da atualidade realizado na Argentina. E desde 1.º de abril, quando Gary Kasparov foi eliminado da lista por estar há mais de um ano sem jogar, Topalov também é o número 1 do ranking da Fide, entidade equivalente à Fifa no mundo do xadrez.
Mas a missão de Topalov, nascido há 30 anos na Bulgária, está apenas começando. Ele ainda está longe de obter unanimidade como o novo rei absoluto, ou como o sucessor natural de Kasparov considerado uma espécie de Pelé das torres e cavalos na segunda metade do século 20. Primeiro, o novo campeão terá de provar que é capaz de se manter no auge da lista por muito tempo. E é uma tarefa difícil. O indiano Viswanathan Anand, um gênio nos jogos de mais velocidade que já era o número 2 na época de Kasparov, perdeu a parada no ranking de abril por apenas um ponto de diferença nem meio cavalo de vantagem.
Depois, Topzilla terá de provar que é um jogador capaz de atrair os holofotes de novo para o mundo do xadrez. A aposentadoria de Kasparov, que decidiu se dedicar à política e é possível candidato a presidente da Rússia, causou um abalo para o esporte. Ele era praticamente o único nome conhecido do circuito depois que Bobby Fischer se retirou e que Anatoly Karpov perdeu a mão para o jogo. Seu único rival em termos de celebridade era Deep Blue, o computador criado pela IBM e que conseguiu vencer Kasparov e que também já se aposentou.
Mas o desafio mais próximo que Topa terá de enfrentar acontecerá em setembro e outubro deste ano. Uma lambança ocorrida anos atrás dividiu o xadrez hoje, formalmente há dois campeões do mundo. Mais ou menos como é necessário fazer de tempos em tempos no boxe, foi marcado um torneio de unificação do título. Topalov enfrentará o russo Vladimir Kramnik, que é o outro campeão. Kramnik, depois de conquistar o título tem tido uma fase complicada e é considerado um azarão na disputa.
No fim do ano, haverá ainda o campeonato mundial realizado regularmente pela Fide. E uma multidão de jogadores de primeiro time está se aglomerando para tentar bater Topalov e entrar na lista de possíveis sucessores do reinado de Kasparov. Entre os candidatos, há alguns nomes já conhecidos de longa data, como Peter Leko e Peter Svidler odiados por muitos fãs de xadrez por empatarem partidas demais.
E há pelo menos três candidatos que chamam a atenção por representarem inovações no mundo dos tabuleiros. Judit Polgar é a atração principal entre esses. Ela é a primeira mulher da história a entrar no ranking dos dez primeiros do mundo. E está muito à frente de suas colegas no ranking feminino. Curiosamente, aliás, ela se recusa a jogar torneio só para mulheres.
Outros dois nomes são os do norueguês Magnus Carlsen e do russo Sergey Karjakin. Os dois têm, respectivamente, 15 e 16 anos. E já estão na lista dos maiores do mundo. O que segundo alguns entendidos pode ser um efeito dos programas de computador, que estariam criando gênios cada vez mais precoces para o xadrez. É possível que neste ano eles ainda estejam longe do título. Mas o futuro Kasparov, no futuro, poderá ser um dos dois. Só o tempo dirá. Por enquanto, o reinado é mesmo de Veselin Topalov.
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