Torcedor ‘faz fortuna’ com nomes de estádios

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A prática de comprar domínios na internet e revendê-los a um preço bem maior é comum no mundo virtual. E o futebol não está excluído desse tipo de negociação. Em Curitiba, um torcedor do Fluminense, nascido em Salvador e que simpatiza com o Atlético, tem esse hábito há oito anos. Reginey Homem, de 42 anos, já ganhou mais de R$ 30 mil com a "brincadeira". Isso gastando apenas R$ 30 anualmente com cada registro antes de ser vendido. "É um hobby", diz o desenvolvedor de web, que tem uma loja de materiais esportivos próximo à Arena da Baixada.

Desde 2009, ele é o dono do site www.arenadabaixada.com.br. O baiano acreditava que, com a confirmação do estádio rubro-negro como um dos palcos da Copa do Mundo de 2014, teria uma boa oportunidade. Ele garante, porém, que o pensamento não estava no lucro. "Eu tinha a ideia de tocar um projeto com o clube, não no intuito de ganhar dinheiro. Era relacionado à venda de ingresso, mas não foi pra frente", conta o administrador, que afirma ter recebido propostas pelo endereço na web, mas optou por seguir com o registro.

Nomes de estádio, inclusive, são o carro-chefe no segmento adotado por Reginey na área futebolística. Ele conseguiu R$ 2,4 mil com o Orlando Scarpelli (Figueirense), Ilha do Retiro (Sport) e Bezerrão (Gama) – cada um foi revendido por R$ 800. Ainda tem de outras praças esportivas, como o Moisés Lucarreli, da Ponte Preta. Também tinha do Couto Pereira, mas abandonou recentemente.

Ao todo, o torcedor tem 45 domínios. Em breve, terá dez a menos, mas por um bom motivo: vendeu um pacote de endereços relacionados com motocicletas. "Tive um gasto de R$ 300 um ano atrás e agora vou receber R$ 15 mil", comemora.

Para conseguir bons valores nas páginas, o especialista diz que usa técnicas de busca para o código da página. Assim, o domínio aparece na primeira página do Google, por exemplo, e fica valorizado.

Reginey ainda consulta um site especializado para ter noção de quanto está valendo o portal em determinado momento e, assim, ter uma base de negociação. "Isso tudo exige trabalho. Mexo pelo menos uma vez por mês em cada domínio", explica.

O Coritiba, aliás, foi "alvo" em uma negociação do ramo. Neste mês, o Alviverde recuperou o domínio www.coritiba.com. O endereço eletrônico pertencia ao clube, mas o Coxa perdeu o prazo para renovar a anuidade, que é de apenas R$ 30. Um espanhol não perdeu tempo e adquiriu o endereço, posteriormente revendido ao clube por R$ 1,4 mil. O valor é 45 vezes mais em relação ao original da anuidade. Ou seja, seria possível manter o domínio sob o registro do Coxa por 45 anos. Uma desatenção tragicômica.