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A adolescente Naraiana Cardozo, de 15 anos, foi operada na sexta-feira (4) no hospital Oftalmoclínica, em Curitiba, em caráter de emergência. Segundo Nidia Mara Rohn Cardozo, mãe da adolescente, a cirurgia foi um sucesso, mas Naraiana continua com a região bastante inchada. "Ela ainda não está enxergando, começou a abrir o olho agora, mas ainda não enxerga", explicou Nidia.

A torcedora do Paraná foi atingida por uma bala de borracha da Polícia Militar, no olho esquerdo, na saída da Arena da Baixada, após o clássico entre Atlético e Paraná, no dia 30 de outubro. Ela e o namorado Jéferson Padilha, 20 anos, foram vítimas dos disparos da PM.

A cirurgia de Nariana estava marcada para a manhã desta terça-feira, mas o médico João Guilherme achou melhor antecipar a operação, pois o olho estava muito inchado e não tinha como esperar mais. "Graças a Deus ela está melhor, não está com dores. Porém, o olhinho azul dela ainda não está brilhando", lamentou a mãe, que desde sexta-feira acompanha a filha uma vez por dia ao hospital para verificar o olho operado.

Os pais da torcedora afirmam que vão entrar na justiça contra a ação da PM, mas ainda vão aguardar como vai ficar a situação de Naraiana. "O médico disse que pode demorar até três meses para ela ficar totalmente recuperada", explicou a mãe da garota, que afirmou que a adolescente ainda terá que passar por outra cirurgia para ter a visão restituída. "Ainda não tem data definida, vai depender da recuperação desta primeira operação."

No domingo, na vitória do Paraná contra o Paysandu o casal de torcedores foi homenageado pela torcida paranista, no Pinheirão. "Não tenho medo que ela vá aos estádios, se ela estiver acompanhada. O perigo não está em assistir o jogo e sim na polícia que não faz a diferença de quem vai para torcer dos que vão para arrumar confusão", desabafou a mãe de Naraiana. Investigação

O cabo Cristiano Araújo Pedro, acusado pela imprudência do disparo, está respondendo inquérito interno da Polícia Militar. Caso seja condenado, poderá ser expulso da corporação. O inquérito policial tem 30 dias para ser concluído e pode ser estendido para mais 20. Durante esse período o cabo fica afastado preventivamente das suas funções e realiza apenas atividades administrativas.

Nesta quarta-feira, às 11 horas, a adolescente Naraiana será ouvida no quartel geral da PM, no inquérito que investiga o caso. A mãe Nidia irá acompanha-la no depoimento.

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