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Não existe partida de futebol sem palavrões. Tem gente sem camisa, copo de cerveja sendo arremessado e radinhos de pilha sintonizados em AM. Mas também já não é difícil encontrar gloss, batom e ouvir gritos agudos, quase histéricos, de alegria ou reprovação. Mudando a paisagem dos estádios, o "sexo frágil" vem provando que também pertence ao mundo da bola: 63% das curitibanas disseram torcer por algum time de futebol.

"Os homens falam que jogo não é lugar de mulher, mas estão aprendendo a respeitar o nosso espaço", diz Andreza Magalhães, 27 anos, que não seguiu os passos da família e trocou o Colorado (um dos times que deu origem ao Paraná) pelo Atlético. E não está só: segundo o levantamento da Paraná Pesquisas, o Furacão tem mais adeptos entre as garotas do que entre os rapazes. Ao todo, 27,12% das entrevistadas declararam ser rubro-negras, contra um índice de 26,53% entre os homens.

Para Vilma Cléia Amâncio, 42 anos, a origem dessa identificação feminina com o Atlético tem explicação. "A torcida é vibrante, alegre e muito unida. Transmite uma energia muito forte".

Já para Rosa Helena Carneiro da Fonseca, 24 anos e coxa-branca de família, a mulher ainda encontra resistência para assumir a função de torcedora. "Quem vai sempre ao estádio é considerada vulgar", reclama. Acostumada a ir com os primos ao Couto Pereira, ela faz parte das 16,75% de curitibanas que defendem o verde e branco com orgulho.

O grito de gol também tem sua versão feminina no Paraná: 6,7% das curitibanas são tricolores – entre elas, Adriane Cristina Lazaroto, 23 anos. Apaixonada, ela revelou que há desconfiança por parte dos homens paranistas (cerca de 13,55% da população masculina da capital torce para o Tricolor). "Ficam fazendo teste, perguntando a escalação do time para saber se entendemos do assunto".

Além de embelezar os estádios, as mulheres são um público-alvo importante para os clubes, explica o secretário do Conselho Executivo do Coritiba, Luiz Henrique Barbosa Jorge. "A torcedora é fundamental porque dificilmente vai a campo sozinha e porque inibe a violência". (SG)

E mais...

AMANHà – A divisão das torcidas por faixa etária e por região da cidade.

TERÇA–FEIRA – Para que times torcem os habitantes de Apucarana, Cambé, Cascavel, Maringá, Londrina, Antonina, Paranaguá e Ponta Grossa.

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