Otimista com a classificação, a torcida do Inter até brincou com o frio curitibano| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Tite, técnico do Internacional, reza antes da partida
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Confrontados com a pergunta "será que dá?" na entrada do Couto Pereira, a reação dos torcedores alviverdes era parecida. Primeiro, uma expressão de certa dúvida, franzindo a testa, que em poucos momentos, porém, se transformava em um "claro que dá", um "é 2 a 0 hoje" ou um "raça Verdão, você é campeão".

Dentro do estádio, os 30 mil coxas-brancas já nem se lembravam da dúvida da entrada. O clima criado era de que a torcida levaria o time à classificação para a final da Copa do Brasil. Uma confiança que só aumentou com a belíssima festa da torcida ao ver o time entrar em campo. Os sinalizadores verdes, por vezes restritos ao espaço ocupado pela torcida organizada Império Alviverde, foram distribuídos por toda a arquibancada e o foguetório completou a festa.

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Reforçavam a torcida ex-jogadores do Coritiba, como o meia Alex, o zagueiro Henrique, o volante Reginaldo Nascimento, os laterais-direitos Reginaldo Araújo e André – campeão brasileiro pelo clube em 1985.

O ídolo Alex chegou a sentir vontade de estar em campo. "O estádio está perfeito. Do jeito que o jogador gosta", empolgou-se o meia, hoje no Fenerbahçe, da Turquia. Se fosse pela diretoria, ele estaria mesmo vestindo a camisa alviverde no ano do centenário. Porém, por causa da família, o jogador preferiu permanecer mais um tempo na Europa.

Do outro lado, três mil torcedores colorados com uma perigosa certeza de que a classificação seria tranquila após a vitória por 3 a 1 em Porto Alegre. Talvez o mesmo sentimento dos jogadores, pelo menos até a vibração da maior parte do Couto Pereira contagiar o Coxa e o time sufocar o adversário durante quase todo o jogo.

Como o placar não era o esperado, porém, a vibração e o sufoco foram se transformando em um nervosismo cada vez maior. Na mesma medida em que a preocupação e o silêncio dos gaúchos só terminaram com o apito final do árbitro – sobretudo pelos 19 últimos minutos de tensão, quando os donos da casa já venciam por 1 a 0.

Cambistas

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Na entrada das duas torcidas, os cambistas trabalharam livremente. A tentativa era de vender os ingressos, muitas vezes ao lado da polícia mesmo, por "cinquentão" ou "quarentão". Porém, como a maioria dos torcedores que chegava já tinha seu bilhete, muitos morreram na mão dos revendedores.