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 | Marcelo Elias / Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Elias / Gazeta do Povo
  • Lenílson compreendeu a aflição da torcida, mas garante que protestos não podem se transformar em agressões

Cerca de 50 integrantes da torcida organizada Fúria Independente interromperam o treino do Paraná, por volta das 17h desta terça-feira (21), na Vila Capanema. O grupo invadiu o campo para cobrar os jogadores pela eliminação no Campeonato Paranaense e as três derrotas consecutivas na última semana, para Coritiba, Fortaleza e Atlético. Após o incidente, a diretoria do Paraná decidiu proibir o acesso de torcedores ao estádio em dias de treinos.

O técnico Wágner Velloso tentou conversar com os torcedores, mas um deles chutou uma bola em sua direção. Houve empurra-empurra entre jogadores e torcedores, mas ninguém chegou a trocar agressões. Rapidamente os atletas correram para o vestiário. Enquanto isso, os integrantes da facção gritavam frases de ordem, como "time sem vergonha" e "bando de ladrão, a Série A é a nossa divisão".

Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a diretoria da Fúria explicou que não irá se pronunciar sobre as reais intenções do protesto. De acordo com um dos integrantes da torcida, que preferiu não se identificar, tudo que precisava ser dito e mostrado foi feito durante o protesto. "O que tínhamos para dizer, os jogadores, o treinador e a diretoria já entenderam", explicou.

A situação revelou a falta de segurança do estádio paranista. Em nenhum momento, segundo relato do torcedor, seguranças tentaram impedir a entrada do grupo no local. "Ninguém falou com a gente, nem no portão, nem no portão que dá acesso ao gramado. Aliás, o portão estava aberto", disse. O técnico Velloso admitiu que a segurança do local falhou. "Com certeza", limitou-se a dizer.

O experiente meia Lenílson, que já atuou em vários times grandes e sabe como é a pressão por resultados, falou após o incidente. "A cobrança tem que acontecer. Quando se joga em time grande como o Paraná, tem que ser assim, mas não um desrespeito ao ponto da torcida querer entrar em campo para fazer agressões físicas. No mais, é uma coisa normal".

O jogador afirma entender a insatisfação da torcida e faz questão de destacar que as ameaças não irão influenciar negativamente no desempenho do time nesta quarta-feira, contra o Fortaleza, pela Copa do Brasil. "Entendemos o lado deles, que estão um pouco chateados porque a gente vem de três derrotas, ainda por cima em dois clássicos. Mas isso não vai afetar em nada amanhã no nosso rendimento. Os mesmos que vieram aqui hoje vão amanhã (quarta) ao estádio para nos apoiar", completou Lenílson.

Organizada lamenta falta de apoio do torcedor comum

O mesmo integrante da diretoria da Fúria, que não quis se identificar, afirmou que a organizada não teme perder o apoio dos demais torcedores. "Nos jogos do Paraná temos uma média de 3 mil torcedores, dos quais uns 2 mil são da Fúria. Mesmo quando o time precisa o torcedor comum não está do nosso lado e não tememos desagradar ninguém".

Nesta quarta-feira o Paraná enfrenta o Fortaleza, às 21h50, na Vila Capanema, pela Copa do Brasil. Derrotado no primeiro jogo, o Tricolor precisa de uma vitória por 1 a 0 ou no mínimo dois gols de diferença para se classificar.

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