Depois de oito anos e de se tornar um dos maiores artilheiros do Fenerbahçe, a saída do meia Alex do clube turco causou comoção da torcida. Na noite de segunda-feira, seguidores do Fenerbahçe, inconformados com a saída do ídolo, foram em frente à casa do jogador prestar solidariedade. Uma multidão de protestou contra o técnico do time, Aykut Kocaman, e contra o presidente Aziz Yildirim, que teriam motivado a rescisão do contrato do jogador criado nas categorias de base do Coritiba.
O ato foi transmitido ao vivo pelo principal jornal de televisão do país. Bandeiras com o rosto do presidente foram queimadas pela torcida. O jogador acompanhou de sua janela a manifestação, e publicou sobre ela em seu Twitter. "Seis da manhã. Os loucos estão aqui gritando...". O desligamento de Alex acontece duas semanas depois de o clube inaugurar uma estátua em tamanho natural do meia em frente ao seu estádio.
Nesta terça, Alex divulgou uma nota esclarecendo os motivos que levaram a seu desligamento. O treinador Aykut Kocaman exigiu que o jogador se afastasse do time por ser "grande e forte" e por não o querer dentro do vestiário. Buscando esclarecimentos, Alex foi ao presidente. "Entrei na sala do presidente às 16h15 e sai às 16h18. Oito anos de clube e ele resolveu tudo em apenas três minutos." ressaltou o craque, contando que Yildirim deu duas alternativas a ele: ou se afastava ou saía do time.
O jogador se pronunciará novamente em entrevista coletiva marcada para a próxima segunda-feira (15).
No Brasil, já se especula sobre a volta do craque para algum dos times em que ele se destacou. Coritiba, Cruzeiro e Palmeiras, que tiveram Alex em seu auge, demonstraram interesse. Ao mesmo tempo, Santos e Grêmio também brigam pelo jogador.
Leia na íntegra a nota publicada por Alex em seu site:
Para esclarecer de vez a situação, meu desligamento do Fenerbahçe aconteceu da seguinte forma:
Perdemos para o KasimpaÅa por 2 a 0 no último sábado à noite. Após o jogo, nosso treinador entrou no vestiário e se demitiu; um diretor falou aos berros; o presidente expôs várias coisas e, por último, os jogadores falaram. O mais triste é que, em nenhum momento, alguém usou as palavras bola ou futebol.
Domingo treinei normal. Segunda-feira, quando cheguei para treinar, fui chamado pelo técnico na sala dele e este me avisou que eu estava afastado do time. Argumentei que para um atleta ser afastado, tem que haver um motivo disciplinar. Não tinha e não tem, por isso gostaria muito de saber o motivo.
O treinador me passou da seguinte maneira: "Eu sou o treinador e a liderança do time, mas você é muito grande e forte. Não posso ter você contra minhas ideias dentro do vestiário. Por isso tomei essa decisão".
Minha resposta foi simples e direta: "É isso mesmo. Decisões devem ser tomadas e vou ao presidente ver o que ele me diz".
Entrei na sala do presidente às 16h15 e sai às 16h18. Oito anos de clube e ele resolveu tudo em apenas três minutos.
O presidente me disse: "Pode falar". Eu disse que gostaria de saber como proceder naquele momento, já que o treinador tinha me proibido de treinar juntamente com o time.
"A decisão é sua! Você treina em separado ou vai embora!", disse meu ex-presidente. Assim acabou. Não posso treinar separado somente porque eles desejam e se preocupam com aquilo que represento dentro do vestiário.
Darei uma coletiva na próxima segunda-feira e serei o mais claro possível com o torcedor do Fener. Devo isso a todos para poder voltar ao Brasil com tudo bem esclarecido.
Alex
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