Os quase 60 mil torcedores que assistiram à vitória do São Paulo sobre o Figueirense deixaram o Morumbi com uma certeza: o título brasileiro está bem próximo. O time confirmou o favoritismo, fez 3 a 1 no Figueira e deu seqüência à sua fulminante arrancada nesta reta final de campeonato. A quinta vitória consecutiva, a três rodadas do fim da disputa, assegurou o time na liderança, com 68 pontos. O Grêmio, que bateu o Coritiba por 2 a 1, vem logo atrás, com 66. O Flamengo, com 63, mantém chances remotas. O Figueirense, além de aumentar seu calvário, perdeu o técnico Mário Sérgio, demitido após a derrota.
"Nada está definido. O campeonato está aberto. O Grêmio é um time perigoso, e que sabe jogar assim (sob pressão). Todos os jogos serão decisivos. Foi assim contra a Portuguesa, e assim hoje (domingo) também. O que nós temos de fazer é ganhar os nossos jogos, fazendo o dever de casa. Assim seremos campeões", receitou o técnico Muricy Ramalho.
Esperançoso estava o atacante Borges. "Fizemos a nossa parte. Só dependemos de nós", comemorou o atacante, autor de dois gols e artilheiro isolado do time, com 14 na competição. O primeiro do ex-paranista foi marcado aos 8 minutos de jogo, aproveitando cruzamento de Jorge Wágner . O segundo saiu aos 24, após cruzamento de Dagoberto que a zaga não conseguiu cortar.
O experiente goleiro Rogério Ceni, entretanto, pregou cautela e evitou falar em título antecipado. "O campeonato será decidido na última rodada, acho que ficará entre São Paulo, Grêmio e agora o Flamengo. Palmeiras e Cruzeiro ficaram mais para trás."
Depois de um primeiro tempo arrasador, maculado apenas pelo gol de Cleiton Xavier, aos 43, o São Paulo caiu de produção na etapa final. Mas nem isso esfriou o ânimo da torcida, que empurrou a equipe até o fim. O gol de Hugo, o terceiro do time, aos 28 do segundo tempo, após passe de Joílson, foi prova disso. Após o término da partida, os são-paulinos, convictos de que o título é questão de tempo, deixaram o estádio aos gritos de "olé" e "campeão", além de ovacionar o Muricy, o ídolo Rogério Ceni e o artilheiro Borges.
A busca pelo título terá um novo capítulo no próximo domingo, contra o Vasco, em São Januário. "Será uma guerra", afirmou Rogério Ceni. "Não tenho medo de jogar lá, mas todos, inclusive a imprensa, têm de ficar atentos com o que acontece por lá. Será um jogo perigoso, a gente sabe do que já aconteceu lá. A torcida joga pedra, joga tudo", reforçou Borges.