Torcedores de Coritiba e Atlético pedem paz no clássico em encontro na Boca Maldita que teve até brinde simbólico| Foto: Walter Alves/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

A preocupação com a segurança no Atletiba deste domingo (4), às 17 horas, na Arena da Baixada, levou torcedores das duas equipes a promover uma confraternização na Boca Maldita. A intenção do evento realizado neste sábado pela manhã, ideia compartilhada pela Confraria Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA) e pela Confraria do Coritiba, era divulgar um manifesto pedindo paz no clássico.

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Além de distribuir cerca de cinco mil cópias do manifesto, segundos os organizadores, o encontro denominado Chamada Geral pela Paz no Futebol reuniu até mesmo famílias que vivem a rivalidade diariamente – casais, irmãos, pais e filhos que defendem bandeiras opostas. Uma demonstração de que a paixão clubística não é incompatível com uma convivência harmônica.

"Não se vive em Curitiba sem ter um parente ou amigo que torça para o rival. Atletiba são 90 minutos. Depois, a vida segue", opinou Edson Fink, presidente da Confraria do Coritiba, um dos responsáveis pela assinatura do manifesto. Para ele, a provocação sadia é parte essencial do Atletiba. Tudo com bom humor. "Tem de saber brincar. Ontem nós estávamos em baixa, na Série B; amanhã, será a vez de eles passarem por isso", alfinetou.

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Para celebrar essa união antagônica em prol do esporte, coxas-brancas e rubro-negros fizeram um brinde simbólico no tradicional ponto de encontro do centro de Curitiba. "Foi um brinde pela paz", destacou Doático Santos, presidente do ETA. "O encontro foi muito bom, mobilizou quase 100 pessoas", garantiu.

Para manter o espírito desarmado dos torcedores até o momento do clássico, as duas confrarias ainda pretendem realizar um mutirão nas redes sociais, divulgando a mensagem da "cultura da paz". O estímulo à não violência também será feito com nova distribuição do manifesto nos terminais de ônibus horas antes do jogo decisivo no Joaquim Américo. A expectativa, de acordo com Doático, é que 40 mil cópias do documento sejam usadas para esse fim. A chegada dos torcedores ao estádio também terá divulgação dos panfletos.

Mesmo com todo empenho em evitar tumultos neste domingo, Fink admitiu que o ideal para os alviverdes é acompanhar o jogo em casa. "É impossível impedir que ocorram problemas em toda a cidade. Sempre tem alguém disposto a criar confusão", falou, destacando que espera pelo menos ajudar a minimizar a animosidade pré-clássico.