A Federação Paranaense de Futebol (FPF) quebrou o Estadual em dois para tentar acabar com a monotonia que acompanha a competição e movimentar o deficitário futebol do interior. Há três anos tudo é igual por aqui. Enquanto Atlético e Coritiba se engalfinham pelo título, o restante dos times volta para casa de mãos abanando, sem nem sequer ameaçar a supremacia dos gigantes do estado.
Rotina que será levemente modificada nesta temporada. Para motivar as oito equipes de fora de Curitiba, a FPF copiou de São Paulo a fórmula que premia o campeão do interior já que, lá no topo da tabela, a dupla Atletiba segue ostentando o rótulo de favoritíssima.
Funciona basicamente assim: os clubes com melhor campanha no somatório dos dois turnos, exceção a Atlético, Corinthians-PR, Coritiba e Paraná, se enfrentam em dois jogos para saber quem é o melhor fora da capital. As partidas serão nos dias 8 e 15 de maio, as mesmas datas da finalíssima.
Parece simples, mas há um asterisco. Se algum representante das cidades menores chegar à decisão de fato, o "duelo caipira" será jogado pelos dois times imediatamente seguintes na classificação.
O prêmio ao vencedor será de R$ 50 mil. O vice-campeão ficará com R$ 10 mil. "A esse valor ainda será acrescentada a arrecadação com a bilheteria. Sem dúvida é uma forma de motivá-los", diz Amilton Stival, vice-presidente da FPF e idealizador da disputa extra.
Representantes da turma dos pequenos acrescentam ainda a vaga na Série D nacional, a ser disputada no segundo semestre, e a possibilidade de jogar a Copa do Brasil em 2012, confirmando um calendário anual, como outros itens que ajudam a incrementar o campeonato paralelo time da capital, o Corinthians-PR briga por essas vagas apenas por meio da classificação final do campeonato.
"Precisamos ter humildade para reconhecer que os times de Curitiba são maiores e melhores. Sendo assim, é a chance de conseguirmos um título propriamente dito. É o que está ao nosso alcance", afirma Adir Kist, diretor de futebol do Cianorte. "Estamos treinando firme para sermos o melhor do interior", emenda o zagueiro Valdir, também do Leão do Vale do Ivaí.
No Rio Branco que completa 100 anos em 2013 o assunto é tratado internamente como a forma de presentear a fanática torcida de Paranaguá. "Enfim nos valorizaram", comenta Alan All, diretor do clube. Raciocínio compartilhado em Ponta Grossa. "É só olhar a história para ver que poucas vezes o interior ficou com o título", diz Dorli Michels, gestor do Operário, motivado também com o fato de receber Atlético, Coritiba e Paraná no Germano Krüger e incrementar a arrecadação mensal.
Em 95 anos de Campeonato Paranaense, apenas Londrina (3), Grêmio Maringá (3), Monte Alegre, de Telêmaco Borba (1), Comercial, de Cornélio Procópio (1), Paranavaí (1), Cascavel (1) e Iraty (1, sem a participação dos grandes) conseguiram quebrar a hegemonia curitibana, o que reforça a utilidade da nova Liga B.
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