Kaiserslautern – Dia 26 de junho poderia ter ficado marcado como o dia em que chegou ao fim a carreira de Totti na seleção italiana. A estrela que ainda não tinha brilhado ficou no banco e só entrou aos 29 minutos do segundo tempo de um jogo complicadíssimo contra a Austrália, que tinha um homem a mais desde os cinco minutos da segunda etapa e rondava a área buscando o gol da classificação. Mas ontem era dia de Totti renascer. E aos 48 minutos ele cobrou com convicção e personalidade o pênalti que garantiu o 1 a 0 e a vaga para as quartas-de-final da Copa do Mundo.

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"Fui massacrado antes desse jogo, chegaram a escrever que eu era um meio jogador. Agora, depois desses 15 minutos, talvez vocês se convençam de que sou um jogador inteiro", desabafou.

A ausência de Totti foi uma surpresa, mesmo para a parte da imprensa italiana que defendia a idéia de que ele não tinha condição de começar jogando por ainda não estar 100% fisicamente. Mas mesmo sem ele, a Itália foi melhor no primeiro tempo. Lippi deu a Guus Hiddink o mesmo veneno proposto pelo técnico da Austrália: uma torre no meio da área. No caso, Toni era a versão italiana de Viduka.

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Mas a estratégia foi para o brejo aos cinco minutos da etapa final, quando Materazzi foi expulso. A Austrália passou a acreditar na classificação e a Azzurra se defendeu. Até os 47 minutos, quando Grosso cavou um pênalti.

Pênalti é um trauma para os italianos, que perderam assim a Copa de 94 e foram eliminados pela França nas quartas-de-final de 98.

Totti é um bom batedor, mas gosta de cobrar no "estilo Djalminha", dando um suave balãozinho no meio do gol. Buffon virou de costas, sem coragem de ver o chute. Lippi revelou que no banco temeram que Totti tentasse o balãozinho. E o camisa 10 afirmou que ia bater assim, mas mudou de idéia na última hora. Bateu forte no ângulo direito. Foi seu primeiro gol numa Copa do Mundo, o gol de sua redenção. E que foi dedicado ao filhinho Cristian, homenageado na comemoração com o dedo na boca imitando uma chupeta.

Em Kaiserslautern

Itália 1Buffon, Zambrotta, Cannavaro, Materazzi e Grosso; Gattuso, Pirlo, Perrotta e Del Piero (Totti); Toni (Barzagli) e Gilardino (Iaquinta).Técnico: Marcello Lippi.

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Austrália 0Schwarzer, Bresciano, Neill, Moore e Chipperfield; Culina, Grella, Cahill, Wilkshire e Sterjovski (Aloisi); Viduka.Técnico: Guus Hiddink.

Estádio: Fritz-Walter-Stadion.Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP).Gol: Totti, aos 49 do 2.º tempo.Amarelos: Grella, Grosso, Cahill, Wilkshire,Gattuso e Zambrotta.Vermelho: Materazzi.