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O que diz o STJD

Batista – Absolvido da acusação de ter firmado contrato com o Paraná sem autorização legal. Poderia ser suspenso por até 360 dias.

José Carlos de Miranda – Suspenso por 180 dias por assinar os contratos de empréstimo e de trabalho do atleta. Corria risco de pegar um gancho de até 4 anos.

Paraná – Multado de R$ 1 mil por utilizar documentação irregular para o registro. Estava sujeito a perda de 78 pontos, multa de até R$ 50 mil e suspensão de 180 a 720 dias.

João Nílson Zunino – O presidente do Avaí foi absolvido da acusação de assinar o contrato irregular de empréstimo para o Paraná. Podia ser suspenso por até 4 anos.

Laércio Polanski – O superintendente da Federação Paranaense de Futebol foi suspenso por 210 dias por enviar à CBF o contrato do jogador sem a liberação da Adap. O gancho poderia chegar a até 720 dias.

Luís Gustavo de Castro – O diretor de registro da CBF foi absolvido da acusação de emitir registro irregular do atleta. Disse que a responsabilidade pela documentação era da FPF. A pena máxima era de 180 dias.

O Paraná terá a chance de continuar buscando, em campo, a permanência na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Ontem, julgado pelo caso Batista pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro, foi absolvido por unanimidade em três das quatro acusações em que era citado. A sessão durou cinco horas.

O resultado afastou a possibilidade do clube perder 78 pontos, ser rebaixado precocemente ou suspenso por 2 anos. Em princípio, a punição do Tricolor ficará em uma multa de apenas R$ 1 mil. O jogador Batista também foi absolvido e está à disposição do técnico Saulo de Freitas para atuar hoje contra o Galo.

Já os dirigentes envolvidos na confusão tiveram fins diferentes. O presidente do Avaí, João Zunino, e o diretor de registro da CBF, Luís Gustavo Castro, foram absolvidos. O presidente afastado do Paraná, José Carlos de Miranda, e o superintendente da Federação Paranaense de Futebol, Laércio Polaski, foram suspensos, respectivamente, por 180 e 210 dias de atividades esportivas.

"Foi ótimo. Excelente", afirmou o advogado Domingos Moro, que ao saber do resultado abraçou Batista, que chorava copiosamente.

A Procuradoria do STJD – assim como os advogados dos réus punidos – terá até segunda-feira para recorrer. "Vamos analisar o processo, ainda nem sei direito qual foi o resultado", afirmou, ontem à noite, Paulo Schimitt, o procurador-geral.

Moro espera que não ocorra a apelação: "Pela expressão dos auditores e pela análise que foi feita do processo por eles imagino que possa acabar por aqui. Mas se houver recurso vamos enfrentá-lo. O principal era vencermos hoje (ontem)".

No julgamento o Paraná era acusado de uma triangulação ilícita para ficar com o jogador Batista sem ter de pagar nada à Adap, clube então dono dos direitos federativos do atleta. De acordo com a procuradoria do STJD, o Tricolor teria se aproveitado da liberação judicial do volante para atuar pelo Avaí para que ele voltasse ao destino de origem, ou seja, a Vila Capanema.

Uma das peças-chave utilizada pela acusação para tentar provar a manobra foi um contrato irregular de empréstimo do jogador da Adap ao Paraná, registrado na CBF em março, no qual não consta a assinatura do presidente do clube do interior, Adílson Batista. Na época, o jogador nem vestiu a camisa do Tricolor e logo depois conseguiu a liminar para jogar no Avaí. Em agosto, foi emprestado pelo clube catarinense novamente ao Paraná.

Os depoimentos se concentraram basicamente nessa questão. E a estratégia da defesa foi colocar toda a culpa na FPF. Até Rui Ribeiro, funcionário da Federação, admitiu o erro, afirmando que havia enviado o tal contrato à CBF por engano, já que continha, de antemão, a assinatura de Onaireves Moura autorizando o negócio.

Deu certo.

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