Tricolor visitante dentro de casa

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O Paraná será visitante na própria festa. No jogo com mando tricolor de maior apelo e público até agora, a estrela será o convidado. Em troca de um reforço financeiro no seu limitado orçamento, a diretoria negociou com a empresa de alimentos Gallo, a transferência do confronto de hoje contra o Corinthians para Maringá.

Por cerca de R$ 150 mil, abdicou do fator campo para jogar no interior paranaense, reduto de fãs dos times paulistas. O jogo começa às 18h10 em um Willie Davids dominado por camisas alvinergras. Até ontem, restavam pouco ingressos da carga de 20 mil colocada à venda em Maringá. Se todos os bilhetes forem vendidos, a arrecadação será de cerca de R$ 570 mil. Além desta rodada, o Tricolor atuará na Cidade Canção também contra o São Paulo, campeão da Libertadores, Santos e Palmeiras.

A polêmica medida expõe o abismo financeiro entre os adversários desta tarde. A diretoria paranista alardeia o negócio como fantástico. Iguala tudo o que foi arrecado em 23 rodadas no Pinheirão em 2004, cerca de R$ 154 mil. Somando os quatro jogos, arrecadará algo em torno de R$ 600 mil. Quase uma gorjeta para os galáticos do Timão. Financiado pela MSI, o clube fez o maior investimento da história do Brasileiro: R$ 113 milhões. Detalhe: sem contar os salários.

O pagamento de um corintiano – e nem precisa ser o do badalado argentino Carlos Tevez (maior negociação do país, contratado por R$ 40 milhões) – banca os R$ 250 mil da folha salarial do Paraná.

Na Vila Capanema, mesmo para formar um time modesto, a diretoria contou com a parceria da L.A. Sports, que há três anos cuida da infra-estrutura das categorias de base em troca da participação nas futuras negociaçãos de atletas.

"A maioria dos jogadores chegou a custo zero, só pagamos os salários. Nosso parceiro investiu no Borges, Parral, Maicosuel, Daniel Marques, Aderaldo e Flávio Alex. Temos participação nas eventuais negociações de todos eles", afirma o vice-presidente de futebol, José Domingos. O quanto custou o Paraná 2005 não é revelado. "As dificuldades são grandes. Com certeza, fizemos um dos menores investimento entre os clubes do Brasileiro", reconheceu o dirigente.

Com realidades tão distintas, a distância só pode ser reduzida no campo. Apenas um ponto separa paranistas e corintianos na tabela. O Tricolor é oitavo com 18 pontos e os paulistas estão em quinto, com 19. "Se comparar a exposição, o lado financeiro e a qualidade técnica, a chance de ganhar do Corinthians é zero. Mas no futebol é diferente", afirmou Lori Sandri, que usou isso para motivar os seus atletas a ignorar a pressão dos torcedores.

"Claro que gostaríamos de estar em casa. Mas será um bom jogo e se conseguirmos manter o que estamos fazendo nas últimas partidas, temos chance de conseguir um bom resultado", disse o atacante Borges. O Paraná vem de três vitórias consecutivas. "Lá só vai ter corintiano, sabemos disso. Mas acho que não devemos contestar a diretoria. Às vezes é preciso fazer um sacrifício como esse. Melhor ter esse dinheiro e manter os salários em dia do que jogar em casa e atrasar as contas", completou Renaldo.

‹ Paraná x Corinthians, às 18h10, no Premiere 2.

Tricolores

Caravana – Seis ônibus foram disponibilizados à torcida tricolor. Três para a organizada Fúria Independente e três para outros torcedores e sócios do clube.

Bilheteria – Os custos não espantaram os torcedores. A procura foi intensa durante a semana mesmo a R$ 40 a arquibancada coberta e R$ 30 os demais lugares.

Série – O Paraná vai tentar repetir 1997, quando conseguiu quatro vitórias seguidas. Naquele ano venceu Sport Recife (2 a 1), União São João (2 a 0), Santos (2 a 0) e Bragantino (4 a 0) e chegou a liderar a tabela. Este ano, o time bateu em série Atlético-MG (1 a 0), Fluminense (1 a 0) e Figueirense (3 a 0).

Em Maringá

ParanáFlávio; Daniel Marques, Marcos e Aderaldo; Neto, Rafael Mussamba, Beto, Tiago Neves e Vicente; Borges e Renaldo.Técnico: Lori Sandri.

CorinthiansFábio Costa; Édson, Marinho, Betão e Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Mascherano, Carlos Alberto e Rosinei; Tevez e Jô.Técnico: Márcio Bittencourt

Estádio: Willie Davids.Horário: 18h10Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (Fifa/SC).Auxs.: Claudemyr Mafessoni (SC) e Vayran Ronsa (SC).