Já virou rotina na Vila Capanema. Sempre que os atacantes do Paraná param de marcar gols, Wellington Silva é chamado para socorrer. O enredo, na sequência, é quase sempre o mesmo. O jogador se destaca em um ou dois jogos, mas não consegue se firmar. O caminho de volta para o ostracismo é inevitável.
Foi assim na série de "gols duplos" que o centroavante marcou, contra Engenheiro Beltrão, Cianorte, Toledo e Iguaçu, pelo Campeonato Paranaense. A torcida ensaiou respirar aliviada com o surgimento de um novo matador, mas o desenrolar da história desmentiu a previsão. Wellington virou parceiro da irregularidade. Os motivos ele tem na ponta da língua. "Contu- sões, fiquei doente (gripe), troca de técnico...", diz, meio ressabiado.
Por incrível que pareça, a oscilação não tirou o atacante da liderança na tábua de artilheiros do Tricolor na temporada. Wellington balançou a rede 9 vezes em 30 partidas. A última comemoração ocorreu no empate por 3 a 3 com o Ceará, há quase três meses. Números que ilustram o baixo aproveitamento do setor ofensivo paranista, o sexto pior da Série B com 28 gols (veja abaixo os números de alguns "matadores" que passaram pelo clube em 2009). "Temos de melhorar", reconhece ele.
A chance está dada. Ao que tudo indica, Wellington convenceu o técnico Sérgio Soares a lhe entregar a 9 novamente no jogo de amanhã, às 21 horas, contra o América-RN, no Durival Britto. O treinador gostou da movimentação do grandalhão no duelo com a Ponte Preta, no sábado passado o atacante foi o autor do passe que resultou no gol do lateral Marcelo Toscano, o segundo do Paraná no empate por 3 a 3. Deve formar a linha de frente com Rafinha. "Estou preparado, tranquilo. Quero muito ajudar", afirma, admitindo estar em débito com a arquibancada. "O pessoal quer ver gol."
Não há mesmo outra saída. Ou confirma de vez a fama de artilheiro que fez o Tricolor buscá-lo no futebol japonês ou terá de conviver definitivamente com a pecha de instável. E esperar outro período improdutivo dos companheiros para ser requisitado pelo técnico, torcendo para a paciência da torcida não ter se esgotado. Rotina nada confiável. "Rapaz, não acredito em maldição, senão diria que a camisa 9 está amaldiçoada", diz, rindo, antes de emendar o pedido: "Quero fazer gol, correr, lutar... Não podemos mais perder pontos em casa".
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