De volta à concorrência. O judô paranaense vem, aos poucos, mostrando resultados que o fazem subir no escalão nacional, depois de, nas últimas décadas, perder espaço para gaúchos, mineiros e baianos. Com a combinação de treinos tradicionais no tatame e a profissionalização crescente dos técnicos, os atletas mais jovens têm conseguido resultados expressivos.
É o caso dos jovens atletas da Sociedade Morgenau, em Curitiba, Luahn Saboya, Giovani Gomes Mangin e Natasha Padilha Ferreira. Os três foram campeões brasileiros neste ano, o que lhes rendeu vaga para competir o Pan-Americano, em novembro, na Cidade do México. Lá, os rapazes venceram e Natasha ficou com o segundo lugar. Os bons resultados, dizem os judocas, com o aval de seus pais, é fruto da dedicação ao esporte.
O técnico do trio, Allan Vieira, concorda, mas acrescenta outro fator. "O que tem colocado nossos atletas no mesmo nível de competitividade é o maior intercâmbio que temos nos últimos anos com outros clubes e associações, e o fato de os técnicos estarem buscando formação profissional. Até o ritmo de treinos aprendi a adaptar conforme as necessidades e limites de cada faixa etária", diz.
Os três sobem ao tatame diariamente, onde revezam treinamentos físicos e de luta. Chegam ao dojo (local das aulas de judô) às 17 horas e só saem depois das 22 horas.
Parte da jornada é dividida com os colegas da mesma faixa etária ou mais novos os treinos noturnos são com os adultos e judocas mais graduados. "É bastante comum o mais velhos treinarem os mais novos. Para nós, é importante porque aprendemos com a experiência", diz Giovani.
A ligação do trio com os tatames começou cedo. Para Giovani, foi uma opção dos pais para diminuir a agressividade do filho único que, aos 4 anos, era o terror da pré-escola. Não só funcionou como hoje, aos 12, ele tem no judoca da seleção brasileira Leandro Guilheiro o exemplo a seguir. "Não só por ser muito técnico, mas pelo exemplo de humildade", diz.
Já Natasha, 13 anos, quer aproveitar o caminho aberto por Sarah Menezes, a primeira mulher a vencer uma Olimpíada no judô. "Ela tem uma grande variação de estilos de luta, eu gosto mais de aguardar para ver como minha adversária vai se comportar para então agir", fala a garota, que vestiu um quimono pela primeira vez aos seis anos, para imitar o irmão mais velho.
Luanh é o mais velho do trio, com 14 anos, e o que teve o fim de ano mais concorrido: enquanto os amigos treinavam em ritmo de fim de temporada, ele ainda está viajando para competir o Sul-Americano, em Natal (RN), e participar de seletivas nacionais.
Ele é o que teve o caminho para o judô mais inevitável do trio: é filho do treinador, Allan Vieira, judoca há 25. "Estou feliz com os resultados, mas sei que tenho de seguir me preparando forte", avisa Luanh.
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