A Michelin partiu para o ataque contra os chefões da Fórmula 1. Nesta sexta-feira, a fornecedora de pneus francesa enviou um protesto contra as novas regras para os compostos a partir de 2006. A empresa justifica o manifesto afirmando que a medida vai contra a proposta de redução de custos na categoria.
No pronunciamento da Michelin, a empresa afirma que a decisão do presidente da FIA, Max Mosley, de implementar novas regras para os pneus é "incoerente aos objetivos anteriores propostos pela FIA".
"A medida significa um passo atrás do que foi proposto a nós este ano. A decisão mostra a incoerência da FIA e falta de transparência da entidade", disse a fornecedora.
Os problemas entre a Michelin e Mosley começaram este ano após o incidente no GP de Indianápolis. Na ocasião, a empresa pediu que as equipes que usavam seus pneus não disputassem a corrida nos Estados Unidos em decorrência da falta de segurança causada pelo desgaste acima do normal dos compostos. Mosley nada fez e só seis carros - que andavam com pneus Bridgestone - correram.
Além disso, Mosley passou a não ser muito querido pela fornecedora por anunciar outra decisão polêmica: a partir de 2007, apenas uma empresa fornecerá pneus para a Fórmula 1, acabando assim com a "guerra de compostos" na categoria de elite do automobilismo mundial. A Michelin respondeu afirmando que, assim como a rival japonesa, não tem interesse em ser a única na F-1.
A Michelin acusa Mosley de favorecer a Bridgestone, cuja performance foi radicalmente abalada depois que a torca de pneus foi abolida.
"A decisão de trazer de volta a troca de pneus acaba com todos os benefícios obtidos com a pesquisa feita durante todo o ano de 2005", completa a fornecedora que este ano desenvolveu pneus capazes de rodar 350 km.
Este ano, a Renault dominou amplamente o campeonato de construtores. O campeão foi o espanhol Fernando Alonso, pilotando uma Renault. O segundo lugar ficou com a McLaren, que também usa compostos da empresa.