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O Comissário Nacional de Polícia da África do Sul, Bheki Cele, voltou da Suíça bastante aliviado, mas com uma grande preocupação. O alívio foi por conta da aprovação na semana passada, pela Fifa e pelos principais órgãos policiais do planeta, do plano de segurança elaborado para a Copa do Mundo. A preocupação tem relação com a incerteza do comportamento dos policiais locais com os torcedores estrangeiros. O temor é que exageros, comuns no trato com os cidadãos sul-africanos, ocorram no contato com os visitantes.

A África do Sul sonhou em receber 500 mil torcedores estrangeiros durante o Mundial. Com a procura aquém do esperado por ingressos em vários países, principalmente na Europa, a previsão foi refeita para 400 mil. No entanto, dentro do próprio Comitê Or­­ganizador da Copa há quem considere que será motivo para soltar fogos se esse número chegar a 300 mil.

Cele não diz claramente, mas teme que os visitantes sejam tratados com intolerância e até mesmo violência pela polícia. Por isso, nesta reta final de preparação do contingente que trabalhará na Copa – 44 mil homens, mais 10 mil seguranças particulares, que ficarão responsáveis pelas delegações e também pelos torcedores –, será enfatizada a necessidade de tratar com respeito a todos, embora com autoridade. A discrição deve imperar no contato com os estrangeiros, seja qual for a situação.

Na prática, há grande risco de não ser assim. Os hábitos dos torcedores europeus de sair às ruas e beber depois das partidas podem deixá-los vulneráveis a assaltos. A África do Sul registra alto número de assaltos e furtos e 50 assassinatos por dia.

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